Santa Casa da Capital suspende cirurgias eletivas e atendimentos sem urgência

Cinco dias após alertar para falta de insumos e dinheiro em caixa para pagar os funcionários, a Santa Casa de Campo Grande informou que suspenderá os atendimentos ambulatoriais, assim como os procedimentos que não sejam de urgência em 48 horas. O aviso foi divulgado nesta terça-feira (2).

Segundo nota do hospital, o motivo da suspensão seria o impasse para a renovação do contrato de prestação de serviços médico-hospitalares entre a com a Prefeitura de Campo Grande, que estaria “gerando uma crise de desabastecimento no hospital”.

Diante disso e para evitar a suspensão imediata do atendimento à população os atendimentos ambulatoriais e cirurgias eletivas serão suspensos, mantendo apenas a assistência da urgência e emergência.

“A Santa Casa de Campo Grande espera que a Prefeitura de Campo Grande, a quem compete a responsabilidade pela prestação de saúde à população, tome as providências urgentes para evitar o agravamento da situação”, finaliza nota assinada pelo presidente da instituição, Heitor Freire.

O Campo Grande News procurou a Prefeitura da Capital a respeito do assunto e aguarda o retorno.

Contrato vencido – Dia 28 de julho, o hospital emitiu um alerta para a falta de insumos e dinheiro para o pagamento dos funcionários, que seria motivado pelo desequilíbrio econômico com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública).

Na ocasião, o presidente da instituição explicou que contrato venceu há dois meses e no dia 27, uma reunião realizada para resolver a situação e mediada pelo Ministério Público coma presença da Secretaria de Estado de Saúde) foi encerrada sem consenso.

“A proposta apresentada pela prefeitura tinha o sentido de fazer o contrato no mesmo valor de 2019. Até o ano passado fomos obrigados a aceitar e esse ano não vamos assinar. A correção de lá para cá foi de 60,62%, correspondendo a R$ 461 milhões, nós estamos propondo R$ 430 milhões, R$ 31 milhões a menos do corrigido”, explicou Freire na ocasião.

Ainda de acordo com o Heitor, o hospital recebe mensalmente, R$ 23 milhões, sendo que R$ 5 milhões são debitados em empréstimos. O contrato com a secretaria encerra no dia 31 de julho, período em que o estoque de medicamentos também pode sofrer desfalque e por isso, sem readequação não conseguiria pagar os salaríos em agosto.

 

Por Ana Paula Chuva – CAMPO GRANDE NEWS