Costa Rica; Produtores rurais sofrem com mosca da cana

Há três meses os produtores rurais de Costa Rica vêm enfrentando problemas com a mosca da cana, a Stomoxys calcitrans, também conhecida como mosca dos estábulos, que aparece devido à vinhaça da usina Atvos. O problema é antigo, mas agora o judiciário deve apoiar a causa e tenta buscar solução, junto a todas partes envolvidas, para minimizar o problema.

Para isso, aconteceu nesta quinta-feira (28), uma reunião do Poder Judiciário, Ministério Público, Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), prefeitura de Costa Rica, representantes dos produtores e da usina.

O vice-prefeito, Roni Cota, explicou que o encontro foi intermediado pelo judiciário, para entender a real situação do problema. “O judiciário demonstrou sensibilidade pela causa e fez essa reunião para entender melhor. Já no próximo dia 5 haverá nova reunião para aí ser feita algumas determinações para minimizar o impacto da mosca”, destaca Roni ao falar da importância da usina e também dos produtores.”É importante a usina, a principal empresa em termos de geração de empregos em Costa Rica, mas também entendemos a grande importância dos produtores rurais”, pondera.

A pecuarista Fátima Aparecida, da Fazenda Vista Alegre, contou que todo o ano o problema volta a aparecer, geralmente em maio, desde 2012. Ela tem gado de cria e leiteiro, mas parou de trabalhar com leite por causa da mosca. “Mosquito ataca demais, então parei de mexer com leite, as vezes tiro um pouco para consumo e fazer queijo”, afirma a mulher que já perdeu cerca de cinco cabeças de gado. “Todo ano essa rotina, maio, junho começa, sempre depois de uns 40 dias da moagem. A gente não pode ficar tendo prejuízo, a vinhaça atrai a mosca, que suga o gado e ele morre de anemia”, lamenta.

O pecuarista Carlos Antonio Alves, que tem propriedade na Cachoeirinha, também enfrenta o mesmo problema. “A gente vem a vários anos tendo problema com essa mosca, ela ataca e o gado não produz”, diz ele ao lembrar que desistiu da produção leiteira após os ataques. Ele tinha cerca de 300 cabeças de gado. “Desmotivei, larguei mão e passei pro nelore, sente menos, mas ainda fica ruim”, explica.

Contudo, Carlos afirma que sentiu confiança na atenção que o judiciário deu à causa. “Pela primeira vez a gente foi recebido como deve e a empresa se responsabilizou, assumiu parte da culpa. A gente não quer que a usina feche, a gente quer produzir, sobreviver e que eles sobreviam também”, finaliza.

Imasul

Nota da Atvos

A Unidade Costa Rica da Atvos esclarece que vem intensificando a adoção de medidas mitigatórias para prevenção e controle das moscas-dos-estábulos, realizadas a partir de estudos e pesquisas técnicas respaldados por consultores e empresas especializadas no assunto.

A Unidade cumpre integralmente o Plano de Aplicação de Vinhaça (PAV) e, ainda, realiza o monitoramento populacional das moscas, pulverização controlada em áreas no entorno das lavouras agrícolas, dentre outras iniciativas para garantir um manejo sustentável e com o objetivo de reforçar o controle do inseto em suas áreas de atuação.

Além disso, a companhia realiza de forma permanente visitas periódicas em áreas de seus parceiros e fornecedores para identificar e acompanhar a efetividade das medidas adotadas por eles no combate às moscas-dos-estábulos.

Giovana da assessoria da Atvos,