Funcionárias são presas suspeitas de morte de pecuarista em MS
Mãe e filha, funcionárias de Andreia Aquino Flores, 38 anos, pecuarista assassinada na tarde desta quinta-feira (28), em condomínio do Bairro Chácara Cachoeira, estão presas por envolvimento no crime. Elas ocupam celas da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos), em Campo Grande. Inicialmente o caso é apurado como latrocínio.
Informações levantadas pela reportagem do Campo Grande News são de que as equipes da delegacia especializada, comandada pelo delegado Francis Flávio Tadano Araújo, estão em diligências para localizar os demais envolvidos no crime.
Jessica Neves Antunes e a mãe, Lucimara Rosa Neves, seguem presas.
Versão confusa – A versão apresentada por mãe e filha são de que foram ao atacadista da Rua Marquês de Lavradio no Jeep Compass, pertencente à vítima, onde fizeram compras. Ao deixarem o local, por volta de 11h20, foram surpreendidas por dois homens armados com faca e revólver, que estavam dentro do carro. Elas afirmaram que não se lembravam se o veículo foi travado.
Na versão das funcionárias, elas foram ameaçadas pelos bandidos e obrigadas a seguir até o condomínio, a cerca de 1,2 quilômetro do mercado. Já no imóvel da pecuarista, elas dizem que foram amarradas em um dos quartos da casa, enquanto os supostos ladrões abordaram a dona da residência e a levaram para um outro quarto.
As mulheres afirmaram que não sabiam detalhar o que ocorreu durante o tempo em que teriam ficado em cárcere. A funcionária mais antiga disse que depois de alguns minutos foi obrigada pelos autores a deixar o condomínio com o Jeep e seguir até o Bairro Tiradentes, onde foi deixada pelos ladrões.
A filha dela, Jessica, que ficou na casa, relatou que conseguiu se soltar mas, ao chegar ao quarto da patroa, Andréia estava morta, deitada na cama. Ela contou que saiu no pátio do condomínio e encontrou um militar que mora no local, que acionou a Polícia. Toda a ação teria durado cerca de 40 minutos, com o óbito atestado às 13h.
No meio da tarde, equipes do Garras levaram uma das funcionárias de volta ao atacadista, mas durante todo o tempo em que os policiais ficaram no mercado, a mulher continuou dentro da viatura. As equipes também percorreram imóveis vizinhos, a procura de imagens de circuitos de segurança.
Causa da morte – A suspeita é que a causa da morte tenha sido asfixia, embora a vítima estivesse bastante machucada, com hematomas no rosto, perto dos olhos e testa. A polícia investiga se o sufocamento se deu por causa da mordaça usada para calar a mulher ou se ela foi asfixiada propositalmente.
Família tradicional da fronteira – Andreia Aquino Flores vem de família tradicional de Ponta Porã. Filha do casal de produtores rurais Ocídio Pavão Flores e Joana Aquino Flores, donos de vasto patrimônio, incluindo imóveis rurais e urbanos, gados, maquinários e empreendimentos.
Investigada por tentativa de homicídio – Andréia foi investigada em inquérito de atentado a tiros contra o ex-marido, um empresário de 48 anos. Ele foi vítima de tentativa de homicídio, na tarde do dia 18 de janeiro deste ano, em Ponta Porã.
Por Dayene Paz e Bruna Marques – CAMPO GRANDE NEWS