Hospital nega relação de morte de jovem por infecção generalizada com piercing inflamado

A Fundação de Serviços de Saúde de Dourados (FUNSAUD), que administra o hospital que atendeu Andressa de Souza, de 20 anos, morta em decorrência de uma infecção generalizada, divulgou, nesta terça-feira (12), uma nota oficial onde comunica que é impossível relacionar o óbito da jovem com a colocação do piercing. Leia ao final a nota na íntegra.

Andressa morreu no sábado (9), em Dourados (MS). A Fundação afirma que o diagnóstico da morte foi infecção generalizada, que chegou a atingir o cérebro. A mãe da jovem, Maria Aparecida, de 47 anos, comentou que dias antes de apresentar os primeiros sintomas, Andressa reclamou de muitas dores de cabeça e sonolência.

A família chegou a desconfiar que ela estivesse com dengue. “Várias pessoas pegaram dengue lá em casa. Minha filha estava com dor de cabeça e febre. O médico medicou a Andressa e ela veio embora”, detalhou a mãe.

Na segunda ida ao hospital, ainda em Itaporã (MS), onde morava, Andressa foi encaminhada para um hospital de Dourados, que fica a apenas 16,8 km do primeiro município. De acordo com a nota da Fundação, ela deu entrada no dia 15 de junho com histórico de crise convulsiva e suspeita de comprometimento neurológico grave.

Após quase um mês de internação, Andressa morreu no sábado (9), após ter cinco paradas cardíacas, aponta a mãe dela. Segundo Maria Aparecida, um médico da instituição disse à família que a infecção generalizada, que causou a morte da jovem, pode ter sido provocada pela inflamação do piercing que ela colocou dias antes dos primeiros sintomas.

Contudo, a nota oficial do hospital alega que é impossível realizar essa correlação. “Não é possível afirmar que a evolução do quadro clínico da paciente até seu óbito tenha referência com a colocação do piercing”, detalha o comunicado, divulgado nesta terça.

Leia a seguir a íntegra da nota oficial:

A paciente foi encaminhada para o Hospital da Vida que a unidade de referência em neurocirurgia, via vaga zero, pelo município de Itaporã/MS, no dia 15 de junho de 2022, com histórico de crise convulsiva e suspeita de comprometimento neurológico grave. Após admissão foi atendida pelas equipes de neurocirurgia e infectologia em ambiente de UTI. Foi abordada cirurgicamente para drenagem de abcesso cerebral, sendo mantida sob cuidados intensivos, evoluindo desfavoravelmente até a data do óbito (09/07/22) com diagnóstico de choque séptico e encefalite. Não é possível afirmar que a evolução do quadro clínico da paciente até seu óbito tenha referência com a colocação do piercing.

Por Renata Barros, g1 MS