Família de idoso que morreu por falta de vaga em MS pede explicações

A família do idoso Sebastião Nogueira da Silva, de 62 anos, quer explicações do que aconteceu para demorar a abrir uma vaga no Hospital Universitário de Campo Grande. A Central de Regulação teria autorizado a transferência de Costa Rica para a capital de Mato Grosso do Sul, mas o paciente não resistiu à espera de cerca de oito horas dentro da ambulância.

O Hospital Universitário disse que informou à Secretaria Municipal de Saúde que não havia vagas disponíveis, porque todos os respiradores estavam sendo usados em outros pacientes. Já a prefeitura de Costa Rica, por meio de nota, disse que a Central de Regulação de vagas teria liberado uma senha e autorizado a transferência de Sebastião para o HU.

“Tem que tomar as providências e saber o por que eles não quiseram atender. Se realmente não tinha vaga”, disse o cunhado da vítima, Ramon Centurião.

O filho Wesley da Silva contou que os funcionários orientavam ele a procurar outro hospital porque não havia vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no HU. “Mandava a todo momento a gente procurar outra unidade porque lá não seria atendido e que era para a gente comprar leito”, afirmou o filho da vítima.

A irmã de Sebastião diz acreditar que ele poderia ter sobrevivido se tivesse sido atendido assim que chegou ao hospital. “Se ele tivesse sido atendido na hora que ele chegou, talvez não tivesse acontecido isso. Ele estava ali entubado, medicado, mas estava dentro de uma ambulância, viajou muito e ficou muitas horas parado ali”, contou Moralina Centurião.

O hospital mostrou à família o documento negando o pedido da Secretaria Municipal de Saúde para transferir o paciente que estava a 338 quilômetros de distância. Mas a família tinha o mesmo documento, emitido poucos minutos depois, autorizando a mudança de unidade de Saúde.

Por causa da confusão, a polícia foi acionada. “A equipe da Polícia Civil foi aferir a eventual situação omissão de socorro. A equipe foi in loco, momento em que de pronto foi arrumada a vaga para internação do paciente”, afirmou o delegado Hoffman D’Ávilla.

O idoso tinha câncer no sangue e passou mal na manhã de domingo (21). Segundo a família, o pedreiro precisava ser internado por causa de uma insuficiência respiratória. Ele não resistiu à espera e morreu na madrugada desta segunda-feira (22). O enterro de Tião Pipoca, como era conhecido na cidade, será na manhã de terça-feira (23) em Costa Rica.

Pedido
Às 9h30 de domingo foi feito o pedido de vaga à Central de Regulação. Às 10h48 saiu o número da senha e às 11h a resposta: a transferência não foi autorizada, mas, mesmo assim, o paciente foi transferido por estar em situação de vaga zero.

Um outro documento entregue para a família do paciente mostra que a transferência de Costa Rica para Campo Grande foi autorizada para central de regulação de Mato Grosso do Sul às 11h16 (de MS) de domingo (21).

O paciente morreu na madrugada de segunda-feira (22), no Hospital Regional, para onde foi transferido após ficar oito horas dentro de uma ambulância em frente ao HU à espera de vaga em UTI.

Segundo informações da família da vítima, Sebastião Nogueira da Silva, de 62 anos, precisava de internação por conta de uma insuficiência respiratória aguda.

 

 

G1 MS – Confira o vídeo da reportagem aqui.