Delcídio do Amaral ameaça entregar colegas caso seja cassado

De volta ao Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS) estuda tirar uma licença de 120 dias e já teria avisado a aliados que não admitirá ter o mandato cassado. As informações

Se for cassado, ele teria dito a interlocutores, ainda quando estava preso, que leva metade do Senado com ele. “Se me cassarem, levo metade do Senado comigo”, teria dito. Em sua volta, depois de ficar quase três meses preso, o senador dirá em discurso, na sessão de terça-feira (23), que é inocente e vítima de uma armação. Também incluirá corpo a corpo, argumentando ser inocente.

Em 1º de dezembro, dias depois de sua prisão, o Senado recebeu uma representação feita por dois partidos. Rede e PPS pedem a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar.

O caso está sob a relatoria do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Na semana passada, a defesa do senador pediu a troca do relator, com a justificativa de que o senador tucano não tem isenção para tocar a relatoria.

Caso o mandato do senador seja cassado, Delcídio perde o foro privilegiado e seu processo iria a primeira instância. Lá, quem analisa é o juiz Sérgio Moro, que tem sido célere em suas decisões envolvendo réus da Operação Lava Jato.

Sobre a possibilidade de tirar a licença, correligionários do petista afirmam, ainda segundo a Folha de São Paulo, que a licença seria uma alternativa para evitar desgaste do próprio senador e do PT. Não há, no entanto, confirmação sobre o assunto.

Quando Delcídio estava preso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocou o senador em uma “licença especial”. Solto, ele tem a opção de licença por saúde ou por motivos especiais.

A assessoria de comunicação do senador foi procurada pela reportagem do Campo Grande News. Em resposta, afirmou que as informações não têm fundamento, assim como especulações de que Delcídio aceitaria acordo de colaboração premiada. O senador voltará ao parlamento na terça-feira, subirá na tribuna e se defenderá no Conselho de Ética, confirmou a assessoria.

Prisão – O senador foi preso em 25 de novembro passada, em uma das fases da operação, pela Polícia Federal. O STF autorizou a prisão baseado por uma gravação feita por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Na conversa, um plano de fuga e uma mesada de R$ 50 mil, propostos pelo senador, em troca do ex-diretor não fazer a delação premiada.

 

 

 

Campo Grande News