TIRO NO PÉ: A paralização dos ônibus na nossa capital devido ao atraso salarial dos motoristas (1.200) prejudicará as pretensões de João Rezende (PP), presidente do Consórcio Guaicurus, pré-candidato à Câmara Federal. Como atrair simpatizantes à sua bandeira corporativista? O clima de descontentamento popular não avaliza tal ousadia.
A PROPÓSITO: No pleito de 2006 o candidato a deputado estadual empresário Sinval Martins (PAN) obteve 9.557 votos mas perdeu a vaga por 151 votos para o novato Marcio Fernandes (PRTB). Apesar do seu bom conceito moral (ex-presidente da Santa Casa) pesou contra o seu cargo de diretor da Viação Jaguar e da ligação com estigmatizado Consórcio Guaicurus. Decepcionado, desistiu de vez.
COMPLICADO: Alguns cargos públicos e atividades profissionais não proporcionam uma imagem positiva, simpática aos seus titulares junto a comunidade. Neste rol estão aqueles que envolvem relações fiscais/financeiras e os detentores de concessão de serviços públicos como o desgastado setor de transporte urbano. É o clamor do bolso.
MEMÓRIA: Nesses tipos de atividades não há caridade. Tudo é na base do toma lá-da-cá e ponto final. Um professor, a enfermeira ou outro profissional da área da saúde pública por exemplo, conseguem cativar facilmente um segmento da população por suas ações que beneficiam cidadãos anônimos ( do povo). É assim que funciona.
OPORTUNISTA: Na política é quem aproveita a oportunidade. Mas não é sinônimo de mau caratismo. Sua boa imagem é construída pelos seus préstimos profissionais ou no segmento de sua atividade. Induzido por políticos profissionais, é vítima da mosca azul, achando que repetirá o êxito na vida pública. Mas a política é um palco de delírios, sonhos.
DEPUTADOS & AÇÕES: Paulo Corrêa (PSDB): presidiu sessão solene homenageando a colônia nordestina com outorga da ‘Comenda Asa Branca’; deu sequência as pautas das sessões ordinárias; prestigiou a inauguração do Hospital Regional de Três Lagoas. Zé Teixeira (PSDB): pede ao Governo a revitalização/duplicação da Av. Emanuel Pinheiro (trecho da MS-147) no Distrito de Culturama; é autor da moção de aplauso ao jornalista Ariosto Mesquita pela sua premiação na mídia do agronegócio. Lucas de Lima (PDT); seu projeto institui o ‘Dia Estadual do Rasqueado no MS’ a ser comemorado no dia 16 de junho, data de falecimento da cantora Delinha; tem projeto instituindo ensino gratuito da língua inglesa aos profissionais do turismo. (Marçal Filho) (PSDB): de sua autoria projeto concedendo aos autistas gratuidade no transporte coletivo intermunicipal rodoviário; Governo prepara cadastro para premiar motoristas sem multas a partir de 2023 em atendimento ao projeto do deputado em 2019. Paulo Duarte (PSB): seu projeto altera a Cavalgada Sul-Mato-Grossense no Calendário de Eventos de Três Lagoas e inclui igual promoção do distrito de Arapuá; estudioso não perde o foco do episódio das lavouras no Pantanal e do escândalo ‘Flex Park’ (estacionamento) na capital.
CAMPANHA: Sem jingle (ou bordão) ela fica sem sabor, chocha. Com vários pretendentes ao Governo espera-se bons trabalhos com polcas, rasqueados e chamamés. Lembro do peso da obra de Renato Teixeira – ‘Homem de Miranda’ – nas campanhas de Pedrossian. Candidatura vitoriosa deve ter uma bela foto e uma boa música. Embalagem, moldura do produto. É o marketing!
BOM EXEMPLO: O bordão do jingle musical que cai no gosto popular é fator favorável. Nas últimas eleições municipais em Costa Rica o candidato vitorioso Cleverson dos Santos (PP) usou o bordão ‘Agora é Tchau!’ onde personagens e políticos adversários eram citados na letra da música que viralizou nas redes sociais e caiu no gosto popular.
CUIDADO! Parodiando ou não uma música há risco de se pagar indenização pelo uso. Aliás, o STJ ainda aprecia aquele caso de 2014 envolvendo o candidato Tiririca por usar a música o ‘Portão’, de Roberto e Erasmo Carlos. É preciso atentar ao controvertido artigo 47 das Lei dos Direitos Autorais que diz: “Livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da obra originária nem lhe implicarem descrédito”.
DESABAFO de um amigo artista da terra sobre o uso de músicas nas campanhas: “Pelas notícias não faltará dinheiro nas eleições. Nada mais justo de que os partidos, através dos candidatos disponibilizem recursos para investir nesta parte da mídia de campanha. A boa qualidade dos jingles e das músicas beneficiará os candidatos com o retorno nas urnas. ”
SAUDOSISMO: A cada eleição ouço a tese de que os pleitos de antigamente eram melhores. Bobagem! Sempre tivemos pretendentes bons e ruins. Alguns patéticos até. Sugiro uma consulta na internet a lista de candidatos de eleições anteriores e comparar sem paixões. A conclusão é de que ‘as coisas mudaram – mas para ficar como estão’.
AÇÕES & DEPUTADO: Neno Razuk (PL): tem projeto de lei prevendo atendimento especial em concursos públicos e vestibulares para pessoas com TDAH e dislexia. A proposta segue para CCJR. Amarildo Cruz (PT): celebra o sucesso do evento de entrega da ‘Comenda Asa Branca’ proposta em parceria com o deputado Paulo Corrêa homenageando a colônia nordestina; voltou a abordar a política de preços da Petrobras impactando na vida de todos. Evander Vendramini (PP): propõe o benefício da meia-entrada aos professores da rede pública em estabelecimentos de lazer e entretenimento; aprovado seu projeto declarando de utilidade pública a Associação de A. Social/Cultural Ebenézer em São Gabriel do Oeste. Mara Caseiro (PSDB): pede reforma da escola estadual em Ponta Porã; requer acesso a tecnologia para expedição de carteira de identidade em Ribas do Rio Pardo; requer ao Estado doação de caminhões de lixo para Caracól. Gerson Claro (PP): presidiu reunião da Comissão de Constituição Justiça e Redação onde 15 matérias receberam parecer favoráveis e duas propostas contra; vem acompanhando as obras de recapeamento e de asfaltamento na região de Sidrolândia e Maracaju.
‘GALOPEIRA’: Após Flávio Derzi e Oscar Goldoni, agora é Karlos Bernardo que tentará chegar à Câmara Federal. Apadrinhado do ex-deputado Edson Giroto e do ex-governador André Puccinelli com quem visitou várias cidades, o empresário é diretor executivo da Universidade Central do Paraguai e já motivaria ciúmes de Waldemir Moka, outro postulante do MDB ao cargo.
A PROPÓSITO: São cada vez mais visíveis os sinais da participação efetiva do ex-braço direito de Puccinelli nos bastidores da campanha eleitoral. Tal qual o ex-ministro Zé Dirceu na articulação petista, Giroto tem procurado agir com discrição no contato com lideranças interioranas. Mas vez ou outra surgem notícias e fotos na mídia a respeito.
TORRE DE BABEL: Deve ser coisa combinada. Se Puccinelli não garante espaço a Simone Tebet no palanque do MDB, o ex-ministro Carlos Marun (MDB) e o ex-deputado Junior Mochi desconversam. Não há preocupação com a situação de Simone. Puccinelli está – como se diz ‘cuidando apenas da própria vida’. Seria a primeira candidatura de Simone órfã, sem padrinho político.
REPAGINADA: Aos olhos do telespectador a pré-candidata Rose Modesto ( União Brasil) ressurgiu mais elegante, com maquiagem caprichada inclusive, mas sem perder o charme da fala e sorriso fácil – sua marca registrada. A exemplo de Simone Tebet, insiste na tecla da inserção da mulher na política e em pautas genéricas. Aguarda-se projetos específicos que motivem debates na campanha.
EDUARDO RIDEL: As avaliações sobre sua postura nesta fase eleitoral marcadas pelo otimismo crescente. Claro, correções virão no tempo certo como em outras candidaturas majoritárias. Ouço observações interessantes sobre a capacidade de percepção do pré-candidato, com discurso próprio e disposição física invejável. Já galgou a condição de protagonista nesta ‘peleia’.
DEPUTADOS & PROPOSTAS: Pedro Kemp (PT): defendeu o projeto proibindo a eliminação de candidatos além do número de vagas disponíveis em concursos públicos estaduais para possibilitar a formação de quadro reserva de candidatos. Capitão Contar (PRTB): Otimista com os resultados previsíveis de seu projeto em tramitação que institui a Semana Estadual de Conscientização sobre a Carga Tributária e que envolve vários segmentos da sociedade civil. Antonio Vaz (REP): propõe a criação do programa que visa maior atenção à saúde mental dos conselheiros tutelares e aos profissionais atuantes na área; alerta sobre a conscientização do público jovem sobre a doação de sangue e medula óssea no Estado. Lidio Lopes (Patri): atento as demandas dos municípios do Cone Sul que ele representa, principalmente nas áreas da saúde e obras públicas; participante ativo das sessões ordinárias do legislativo. José C. Barbosa (PSDB): Sua proposta cria o ‘Dia Estadual do Escrivão’ a ser comemorado anualmente em 5 de novembro; pede retomada das obras do ‘Viaduto do DOF’ na BR 163 em Dourados; pede respeito a nomeação do novo reitor da UFGD, desejando-lhe êxito no cargo.
MARQUINHOS: Como era previsível o senador Nelsinho Trad (PSB) não esconde que abraçará a candidatura do seu irmão. O ex-prefeito de Campo Grande prossegue com suas visitas ao interior e ao seu estilo cauteloso demonstra confiança que irá para o segundo turno. As avaliações de suas chances de êxito hoje são favoráveis.
VALE TUDO: Antes era a pichação de muros e locais públicos com denúncias agressivas contra os candidatos. Agora com a internet e o advento do watsApp a guerra eleitoral assumiu outros contornos. Embora a lei proíba, os excessos já são notórios. Pelo visto a justiça terá muito trabalho no combate ao pessoal especializado neste tipo de ações. Será um Deus nos acuda.
SURPRESA? As avaliações nesta fase de pré-candidaturas mostram que em Mato Grosso do Sul o desempenho de Lula poderá superar os números de percentuais obtidos pelo petista nos pleitos anteriores. Não é preciso ser especialista para detectar os fatores responsáveis pelo quadro atual e concluir de que não há surpresa alguma, mesmo em cidades que tradicionalmente o anti-petismo imperava. Portanto…
CENÁRIO: O país interior está comentando os números da amostra realizada pelo Datafolha confirmando a polarização Lula-Bolsonaro. Os desencontros administrativos do atual governo, a inflação, a Petrobras, os preços dos combustíveis, os escândalos sucessivos são fatores nacionais que naturalmente estão pesando no eleitor.
NA PRAIA… O desempenho pífio da pré-candidata Simone Tebet (MDB) no Data folha mostra o equívoco da nossa senadora. Aliás, a mídia nacional também divulgou as declarações dela admitindo que poderá fazer a opção pelo petista Lula num eventual segundo turno. Esses dois fatos relevantes deixam Simone em situação difícil no cenário político de nosso Estado.
Ponto final: Pergunte ao seu filho o que ele quer comer apenas se ele for pagar.
( Fran Lebowitz)