“Não temos mais condições de rodar”. Essa é a decisão do presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim. Conhecido popularmente nas redes sociais como “Chorão Caminhoneiro”, ele foi um dos organizadores e ganhou espaço durante a grande greve da categoria que parou o Brasil por 10 dias em 21 de maio de 2018.
O líder da categoria garante que não há outra saída senão a de uma paralisação dos caminhoneiros, após novo aumento dos preços dos combustíveis. “O que importa é que o País vai parar naturalmente, por não ter mais condições de rodar”, explica o sindicalista.
A greve dos caminhoneiros vem ganhando forma e foi ainda mais inflamada nessa semana depois das afirmações feitas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, em conjunto com o presidente da Câmara, Arthur Lira. Bolsonaro propôs uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os diretores da Petrobras – o que acabou provocando a renúncia do presidente da estatal, José Mauro Coelho.
De acordo com Chorão, as medidas tomadas até agora pelo governo Bolsonaro não tem surtido efeito, servindo apenas para interesses eleitorais, e que o presidente teria descumprido compromissos combinados com os caminhoneiros. Entre essas promessas estão a alteração da política de preços praticada pela Petrobras, que atualmente é norteada pelas oscilações internacionais do petróleo.
“Estou aqui em São Paulo, 300 litros de diesel, R$ 2.610, a R$ 8,70 o litro do diesel. Categoria, vamos acordar. Precisamos, sim, nos unir, em todos os Estados.Vamos acordar, nos unificar e ir para cima da Petrobras. Quando eu falo em ir para cima da Petrobras, é ir para cima do governo federal, também. Quem nomeia o presidente da estatal é o senhor Jair Messias Bolsonaro, que fez um compromisso para nós de mudar esse preço de paridade de importação em 2018. Por isso nós acreditamos no senhor e queremos iniciar uma greve”, discursou Landim em um posto de gasolina.
“Dos 11 membros do conselho, seis também são indicações suas. Você pode fazer, sim. Vamos para cima da Petrobras, do governo, do Ministério de Minas e Energia. Não podemos mais ficar calados”, conclamou o líder dos caminhoneiros.
Por: Agrolink –Leonardo Gottems