Formação Linguística de Costa Rica é tema de pesquisa de doutoranda e será apresentado na Alemanha
Ao todo, seis pesquisas desenvolvidas por doutorandos, professores e egressos da UNEMAT tiveram trabalhos selecionados para o evento que reúne pesquisadores de todo o mundo.
A pesquisa, orientada pela professora doutora Dircel Aparecida Keiler, tem como tema “Costa Rica: um Estudo sobre suas Atitudes Linguísticas”. Este estudo tem como objetivo constatar as atitudes linguísticas dos residentes em Costa Rica – MS para investigar as influências na construção linguísticas e culturais que formaram a identidade desse povo. Conforme a pesquisadora, os participantes mostraram satisfação em fazer a sua identidade e cidade conhecidas.
O estudo está baseado no artigo “As atitudes linguísticas na fala dos costarriquenses” (OLIVEIRA, 2020) e na dissertação “Variação Linguística: As atitudes linguísticas na fala dos migrantes de Costa Rica” com o objetivo de conhecer, tanto as atitudes linguísticas dos nascidos em Costa Rica – MS, quanto de seus migrantes; constatar se eles veem a própria língua como de prestígio ou consideram a dos outros, a mais prestigiada; investigar as influências para a construção linguística, além das influências culturais que formaram a identidade desses residentes costarriquenses.
A metodologia usada para a realização da pesquisa está fundamentada na qualitativa por Bogdan e Biklen (1996) e na quantitativa de Labov (2008), autor que contribui com os princípios sociolinguísticos a qual as atitudes linguísticas estão representadas pelos psicólogos sociais Lambert e Lambert (1976). A coleta das informações foi realizada por meio de dois questionários semiestruturados elaborados para contemplar a todos os objetivos, neles, há duas participações, dos nascidos em Costa Rica (analisaram o sotaque costarriquense, goiano, alagoano, paulista e sulista) e dos migrantes (analisaram o sotaque dos costarriquenses).
De acordo com Wanessa, o corpus foi construído por pessoas do sexo masculino e feminino, faixa etária de 25 e 67 anos de idade, de várias profissões e ao menos um participante representando cada região do Brasil, a escolaridade abrangeu ao ensino básico e superior. Após análise dos dados constatou-se que os costarriquenses, assim como os migrantes, possuem orgulho da maneira como falam, alguns acreditam que não possuem sotaque, porém, outros percebem a diferença na pronúncia das pessoas que não são de Costa Rica. Alguns migrantes mostraram-se habituados com a cultura local, portanto os costumes e o sotaque fazem parte de sua fala e de seu cotidiano.
Ainda conforme a pesquisadora, na percepção dos migrantes, o “r” retroflexo está presente no sotaque caipira dos costarriquenses, os mais novos não possuem um falar semelhante aos dos idosos, este último, possui uma fala calma. A construção linguística dos costarriquenses deu-se, principalmente, pelos mineiros, sulistas e goianos, tanto que os informantes notaram que essas culturas influenciaram a comunidade de fala a qual pertencem. As atitudes linguísticas foram perceptíveis ao observar a valorização da fala, do sotaque, da cultura, de cada um dos participantes.