Schultz é indicado para nominar novo Paço Municipal. Proposta foi dos vereadores André dos Anjos e Alírio Bacca

O primeiro prefeito de Chapadão do Sul,  Edwino Raimundo Schultz, faleceu em maio de 2020 aos 83 anos, fora dos holofotes políticos que marcaram sua existência. A biografia ainda não foi escrita como deveria por ter sido protagonista da história sul-chapadense com seus erros e acertos. Os tempos ainda eram de desbravamento, numa região inóspita, cheia de cascavéis e que ainda precisava ser colonizada para formatar o modelo de desenvolvimento econômico que décadas mais tarde tornaria o Chapadão dos Gaúchos e Chapadão do Sul, a “Capital Agrícola” de MS. Foi um homem importante na história do município e deu os primeiros passos em várias ações continuadas por outras pessoas.

Alguém tinha que ser o primeiro prefeito e quis o destino que Edwino Raimundo Schultz assumisse a gestão de uma comunidade ainda sem os recursos de hoje e tudo ainda por fazer. A Mesa Diretora da Câmara de vereadores tem protocolado uma Indicação assinada pelos vereadores André dos Anjos (Presidente) e Alírio Bacca para a colocação do nome de Edwino Raimundo Schultz no novo prédio do Paço Municipal, numa homenagem póstuma que faz justiça ao homem que encarou  o desafio  de tomar a frente e comandar a cidade em seu início.

A história da gestão pública da Chapadão do Sul que conhecemos hoje começou com Schultz.  Apesar de morrer fora da política, ele sempre era chamado para ser cabo eleitoral de candidatos a prefeito ou à Câmara de Vereadores. Tinha centenas de simpatizantes que admiraram sua história e da esposa, Dalila Goelzer, uma mulher conhecida pela bondade e preocupação com o próximo.

Nasceu em 17 de setembro de 1935, em Ijuí (RS).  Era filho de Eduardo Fernando Schultz e Blondina Shultz. Casou-se com Dalila Goelzer em 1953 e tiveram seis filhos, quinze netos e sete bisnetos. Mudou-se para Chapadão do Sul em 1973, instalando-se onde hoje está a MS-306, mais especificamente no KM-105. Neste local abriu o primeiro posto de gasolina (Posto Chapadão) com mercearia, construiu a primeira residência no Chapadão dos Gaúchos (como era conhecido na época).

Deu início ao loteamento que futuramente se tornou Chapadão do Sul. A família Schultz foi uma das fundadoras da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil. Nesse meio tempo, mais precisamente em 1985, perdeu o filho caçula. Participou da comissão de emancipação se tornado o primeiro prefeito, assumindo em 1989 até 1992. Nesse período, juntamente com a esposa e filhos, doaram 660 lotes para a criação do Bairro Esperança, onde também está o estádio da SERC e Clube Pantanal.

Em 1995 faleceu a esposa, Dona Dalila, muito conhecida e querida por todos. Após o término do mandato continuou trabalhando em prol do desenvolvimento do município. Não deixando a política de lado, voltou a se candidatar em 1996 e reelegeu.  Passou por turbulência política que também afetou a cidade na época. Foi cassado e nunca mais voltou à vida pública como protagonista. Atuou nos bastidores até o fim da vida.

*Fonte: Chapadense News ( César Rodrigues). Fotos antigas extraídas do livro Pioneiros, da professora Ana Maria Laurindo Lorenzon