Mãe e padrasto estão sendo procurados por maus-tratos que causaram morte de bebê em GO

A Polícia Civil indiciou Jaredy Wanderley da Silva, de 26 anos, e Brenda Cristina Vidal Marin, 27, por maus-tratos que resultaram na morte do bebê Henry Gabriel Marinho Vidal, de 1 ano, em Jataí, no sudoeste de Goiás. Eles eram padrasto e mãe da vítima, respectivamente. Segundo a corporação, o casal teve a prisão preventiva decretara e está foragido há cerca de um mês.

 

O inquérito foi concluído no último domingo (1º). A corporação esperou cerca de uma semana para divulgar as informações para não fazer alarde da buscas pelos suspeitos, mas mudou a estratégia e pede que qualquer informação sobre a localização do casal seja denunciada pelo 197.

Como os dois indiciados estão foragidos, o g1 não conseguiu descobrir quem representa a defesa deles para pedir uma posição sobre o caso.

As investigações concluíram que Henry era vítima de agressões constantes, mas que uma pancada forte na cabeça foi a causa da morte. O objeto usado para bater na vítima, no entanto, não foi encontrado pela perícia.

O delegado Marlon Luz explicou que ficou comprovado que a versão dada pelo padrasto não era verdadeira. À época em que o bebê foi levado ao hospital, ele afirmou que o enteado havia caído da cama e batido a cabeça.

“A perícia descarta de forma taxativa a versão do padrasto. […] [A causa da morte] foi um traumatismo craniano [que pode ter sido causado por] qualquer objeto da maciço da casa – um martelo, um objeto de decoração, um pedaço de madeira ou até um soco”, descreveu.

Henry Gabriel Marinho Vidal, de 1 ano, morreu após dias internado Jataí Goiânia Goiás — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
Henry Gabriel Marinho Vidal, de 1 ano, morreu após dias internado Jataí Goiânia Goiás — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Maus-tratos

 

As investigações constataram que Henry tinha escoriações, fraturas e até lesões no pulmão, todas de antes do ferimento que causou a morte dele.

“Conforme análise do perito, esse quadro revela a brutalidade do ato delituoso e sugere que a criança experimentou intenso sofrimento físico e psíquico”, descreve o delegado no relatório do inquérito.

Marlon explicou que a perícia não indicou estupro, mas que há exames ainda em andamento que podem indicar se houve algum outro tipo de abuso sexual.

No entanto, nas roupas periciadas, móveis e utensílios da casa foram achados indícios de sangue do bebê – mais uma comprovação dos maus-tratos.

Roupas do Henry Vidal, de 1 ano, que tinham marcas de sangue dos maus-tratos — Foto: Reprodução/Polícia Civil
Roupas do Henry Vidal, de 1 ano, que tinham marcas de sangue dos maus-tratos — Foto: Reprodução/Polícia Civil

Socorro e morte

 

Henry foi levado pelo padrasto a um hospital de Jataí no dia 5 de fevereiro deste ano. O responsável pelo bebê contou à equipe médica que o enteado havia caído da cama e batido a cabeça. Ainda assim, a unidade de saúde acionou a Polícia Civil porque o bebê tinha marcas de mordidas e outras lesões que pareciam ser antigas.

Devido à gravidade do quadro de Henry, os médicos o transferiram para um hospital em Goiânia, onde ele recebeu tratamento, mas morreu três dias depois.

Segundo o delegado, o padrasto e a mãe chegaram a ser ouvidos de forma preliminar à época, mas não havia elementos que pudessem embasar um pedido de prisão para os dois até então.

No entanto, há cerca de um mês, quando a perícia comprovou os maus-tratos, a Justiça concedeu a prisão preventiva dos dois, mas eles não foram encontrados.

Se forem presos e condenados, cada um pode pegar até 14 anos de prisão pelo crime.

Por Vanessa Martins, g1 Goiás