PRODUTOR: não é hora de arriscar

Desde o dia 24 de fevereiro, quando tropas russas efetuaram uma invasão de larga escala à Ucrânia, a economia global está em alerta – antes mesmo de sua recuperação pós-pandemia da Covid-19 Entre os principais produtos importados da Rússia, estão os insumos para a produção de fertilizantes. E isso já é um motivo de alerta. Os russos importam cloreto de potássio, amônio e ureia, que são componentes importantes para a produção de fertilizantes. Caso o conflito acarrete na redução do fornecimento desses suprimentos, o setor de agronegócio poderá sofrer com isso.

E por isso, nesta terça-feira (26.04) o Talk Show A Voz do Mercado debateu a saída para falta de insumos. Afinal, qual há uma saída para a falta de insumos agrícolas, especialmente fertilizantes e defensivos, para o País? Quais os impactos à safra brasileira a falta destes insumos devido à guerra entre Rússia e Ucrânia? Para debater o assunto, o Agrolink contou com a presença de Ronaldo Pereira, presidente para as Américas da FMC Corporation, e Marcelo Castro Ferreira de Melo, diretor de Fertilizantes da Stone X.

De acordo com Ronaldo Pereira, presidente para as Américas da FMC Corporation, Há uma falta pontual de produto, o tempo de entrega está apertado, produtos devem chegar em cima da hora e os custos aumentaram muito, não somente para conseguir os ingredientes ativos, mas também transporta-los e transforma-los. “É a conjuntura que nos encontramos. Há uma ginástia intensa para disponibilizar produtos e não atrapalhar a produção agrícola”, salientou Ronaldo.

Já Marcelo Castro Ferreira de Melo, diretor de Fertilizantes da Stone X, acrescenta que, não vê um desastre absoluto para a safra. “Acredito que teremos uma boa produção, com problemas em fertilizantes, mas estamos confiantes”, diz o diretor.

O presidente para as Américas da FMC Corporation, Ronaldo Pereira, destacou pontos que os produtores devem ponderar com extrema atenção, como:

– Não é um ano para arriscar;

– É preciso um planejamento com antecedência – quem deixar para última hora terá momentos de muita tensão, é necessário ter agilidade para contarnar os entraves; 

– Busque comprar de quem confia;

– Investir em produtividade e não em área plantada; 

Como estratégia para reduzir a dependência do Brasil das importações de fertilizantes, o Governo Federal lançou o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) no dia 11 de março. O Marcelo Castro comentou que o PNF foi um passo importantissimo e correto criado pelo Governo. ” É muito bom. Neste momento tudo é viável, neste patamar de preço que estamos é mais fácil de viabilizar, a longo prazo talvez este patamar não irá se sustentar. Temos que analisar, como sera viabilidade economica na produção local. É um plano de longo prazo, os primeiros resultados serão a partir de 2030. O Brasil precisa ter uma continuidade política e governamental”, reforçou.

Ainda com grandes obstáculos, as perspectivas para a safra ainda são boas. O  Marcelo Castro Ferreira de Melo, diretor de Fertilizantes da Stone X enfatiza: “É importante que o produtor se antecipe e planeje sua safra. Isso não quer dizer que não teremos uma safra excelente, teremos números próximos a última, se não tivermos uma grande quebra climática, temos condições de alcançar ótimos números”.

Por fim, o presidente para as Américas da FMC Corporation, Ronaldo Pereira, ainda pontuou que pe preciso trabalhar a imagem do Brasil. “Há muita pressão na agricultura, não somente no brasil – mas sim no agro. Precisamos nos organizar e assumir a narrativa, a história tem que ser contada pelo agro e não pelo governo, pois ele muda, o agro não.

A Voz do Mercado tem o apoio da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (ABISOLO) e da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV).

Por: AgrolinkAline Merladete