Agricultor é espancado após fazer comentário sobre não trabalhar no feriado
Comentário sobre funcionário público não trabalhar no feriado terminou com o agricultor José de Souza, de 57 anos, conhecido como “Zé da Vaca”, espancado por um desconhecido em uma conveniência de Vicentina, a 255 quilômetros de Campo Grande. José foi socorrido com graves ferimentos e ainda está internado em hospital de Fátima do Sul.
A filha dele, psicóloga e funcionária pública, Thaelize Evangelista, contou que o caso ocorreu no último dia 20, véspera de feriado. “Meu pai é santista e estava em uma conveniência, onde ele costuma assistir o jogo”, descreve. Foi quando o amigo de Zé decidiu fazer uma aposta. “Então meu pai falou: ‘meu time vai ganhar, aposto 200 reais, é o que eu tenho hoje, que amanhã tenho que trabalhar de novo, porque não sou funcionário público'”, lembra a jovem.
Nesse momento, um homem que estava sentado em outra mesa se levantou. “Ele ouviu isso, levantou e deu um soco no meu pai, no lobo frontal. Meu pai caiu no chão e ele começou a espancar. O homem só parou porque as pessoas que estavam lá o tiraram de cima do meu pai”. Naquele momento, Zé nem tinha reação. “Não conseguiu nem reagir, nem se defender”, lembra a filha. Em seguida, o suspeito subiu em uma moto e fugiu.
José seguiu até a delegacia, onde registrou o boletim de ocorrência e depois foi até o hospital passar por exame de corpo de delito. Em seguida, foi liberado. Zé ainda passou pela conveniência, conversou com amigos sobre o ocorrido e voltou para casa.
Thaelize contou que não mora na cidade e foi visitar os pais no feriado, dia seguinte ao ocorrido. “Quando cheguei em casa, vi que ele estava sangrando pelo nariz, lavou a camisa de sangue. Estava com muita dor e confuso, não conseguia ficar em pé. Então levei correndo para o hospital da cidade vizinha, Fátima do Sul, onde ele passou por consulta”, lembra.
A filha contou que os ferimentos já estavam graves pelo tempo que demorou para passar por atendimento médico. “Deu traumatismo craniano, ele estava muito ferido e teve que ficar internado”. José está se recuperando, sem previsão de alta.
A filha está revoltada e pede por Justiça. “Eu sou funcionária pública, minha irmã também é, porque meu pai iria querer ofender alguém, se nem conhecia o homem que o agrediu e a conversa nem tinha ligação com ele. Meu pai é um homem conhecido na cidade, trabalhador e nem beber ele bebe. A gente se sente incapaz, impotente, eu estou morta por dentro”, lamentou.
Ainda, conforme Thaelize, o agressor teria procurado a delegacia polícia e registrado um boletim de ocorrência de vias de fato na conveniência.
Por Dayene Paz – CAMPO GRANDE NEWS