Policial é suspeito de estuprar presa dentro de delegacia; ‘Estou muito mal. Não precisava passar por isso’, diz mulher
A mulher de 28 anos que teria sido estuprada por um investigador de Polícia Civil na delegacia de Sidrolândia, desabafa sobre o caso: “Eu tô muito mal. Já estava pagando pelo que eu fiz. Não precisava passar por isso”.
Em entrevista exclusiva à TV Morena, a mulher contou que era ameaçada pelo policial para que não falasse a ninguém sobre os abusos e que estes teriam começado no dia em que foi presa. “À noite”.
“Ele me ameaçou, disse que se eu contasse para alguém, ele ia me achar onde eu estivesse, porque eu não sou daí (de Mato Grosso do Sul)”, afirmou a vítima que já não está mais no estado. “Eu só conseguia chorar, não tinha mais o que fazer. Eu estava com medo e nervosa”. “Pedia pra ele parar, eu só conseguia chorar, mas ele mandava eu ficar calada”.
De acordo com a mulher, após o último estupro, no dia 11 de abril, o qual teria acontecido na Sala Lilás, espaço destinado a atendimento de vítimas de violência doméstica, a colega de cela dela contou a outros presos sobre o ocorrido e foi então que a situação veio à tona. “Eu espero justiça, que ele pague pelo que fez”.
Ele botava a mão dentro da minha roupa, eu chorava, pedia para parar, mas ele mandava eu ficar calada e não contar nada para os outros presos.
O caso
O investigador suspeito dos estupros relatados pela mulher foi preso dia 12 de abril, após denúncias de outros detentos a uma delegada.
Conforme o boletim de ocorrência, os detentos, que haviam tido o silêncio “comprado” com um celular, solicitaram a presença de uma delegada da cidade. O grupo afirmava estar com um celular, o que chegou a ser questionado por policiais, mas só foi esclarecido após a chegada da delegada. Para ela, os detentos disseram ter escutado a vítima chorando na noite anterior, ocasião em que ela revelou ter sido abusada sexualmente pelo investigador.
Os detentos disseram que questionaram o suspeito sobre o estupro, e o investigador disse que nada havia acontecido. Ainda segundo os detentos, o servidor alegou que a presa estava menstruada, por isso, foi retirada da cela.
A mulher recebeu alvará de soltura no dia 13 de abril, após a prisão preventiva dela ser revogada. A decisão foi tomada pela Justiça de Sidrolândia para “resguardar a integridade física e psicológica” da vítima.
Câmeras de segurança
Com os depoimentos, a delegada buscou imagens das câmeras de segurança da delegacia, que confirmaram que o servidor havia retirado a mulher da cela. Uma detenta que dividia cela com a vítima também confirmou que a companheira foi retirada pelo investigador.
Por g1 ms