Os produtores americanos estão extremamente inclinados a plantar mais soja do que milho na próxima safra, de acordo com os dados mais recentes. Este fator é altista para o milho e corrobora com uma relação entre preços futuros de soja e milho para os níveis mais baixos dos últimos cinco anos, o que tende a incentivar o plantio do cereal.
De acordo com a análise da hEDGEpoint Global Markets, no milho, o aumento esperado do rendimento não deve ser capaz de compensar a redução da área plantada, então a relação estoque/uso do milho americano poderá ser a segunda menor das últimas 9 safras. O estoque final esperado para a safra é de 33,8 milhões de toneladas, levando a uma relação estoque/uso de 9%. “No lado da demanda, também entendemos que as estimativas do USDA estão em linha com os fundamentos — apontando para menos exportações e utilização do milho para a produção de etanol e aumento da demanda para ração. O provável restabelecimento da Ucrânia no fluxo global e os altos estoques de etanol nos EUA corroboram essa visão”, acrescenta o especialista.
“As alterações nas decisões dos produtores não podem ser descartadas, embora a área com potencial de troca seja menor agora do que há alguns meses”, pontua o analista de Grãos e Macroeconomia Alef Dias. “Dada a maior área plantada de soja na próxima safra — e consequentemente uma maior oferta, dado o incremento na produtividade — estimamos o estoque mais confortável da oleaginosa nos EUA das últimas 3 safras”, diz.
Agrolink –Aline Merladete