No dia primeiro de fevereiro do corrente ano, a PC/GO foi informada sobre o desaparecimento do Sr. José Eduardo Padovani, produtor rural do Município de Lagoa Santa/GO, fato que causou bastante estranheza a toda comunidade local, em razão de o desaparecido nao possuir desafetos, inexistindo um motivo aparente, a princípio, para que alguém pudesse lhe fazer mal. O desaparecido se tratava de pessoa extremamente saudável e lúcida, sendo muito remotas as possibilidades de que tivesse morrido, naturalmente, em algum lugar incerto da mata, ou, simplesmente, tivesse tido algum tipo de surto psicológico e saísse andando a esmo.
Assim, no dia 02/02/16, policiais civis iniciaram diligências na regiao, com o intuito de elucidarem os fatos, realizando entrevistas informais com diversos vizinhos de fazenda do desaparecido. Durante uma dessas entrevistas, Reginaldo de Ramos Figueiredo, vizinho do desaparecido e um dos colaboradores nas buscas, demonstrou peculiar nervosismo, ante as perguntas formuladas pelos policiais quanto às últimas ocasiões nas quais o desaparecido foi visto por ele, apresentando versões contraditórias, confusas e revelando certa angústia com as indagações acerca do desaparecimento.
Esse modo, mesmo com a permanência das mesmas incertezas quanto ao motivo do desaparecimento do Sr. José Eduardo, passou-se a analisar, com mais atenção, os passos de Reginaldo, realizando-se, no dia 04/02/16, a apreensão de diversas vestimentas suas, a fim de que, mediante a inserção da substância luminol nelas, restasse viabilizada a identificação de eventual sangue humano, comparando-se o material encontrado com o DNA do desaparecido. Na ocasião, Reginaldo foi informado sobre isso e intimado para ser ouvido, formalmente, na Polícia Civil no dia seguinte.
No entanto, não compareceu à Delegacia de Polícia, reforçando as suspeitas de que os policiais tinham sobre ele, quanto ao desaparecimento do Sr. José Eduardo. Diante disso, policiais deslocaram-se até a casa de Reginaldo, visando esclarecer o seu não comparecimento e, nesse instante, foram informados pelo patrão do mesmo que ele estava com receio de ser preso e fugiu. Em seguida, a Polícia Civil deslocou-se, imediatamente, até a casa dos pais de Reginaldo, indagando-os sobre o comportamento estranho do filho, ante o desaparecimento do Sr. José Eduardo. Nesse instante, o pai, em prantos, informou que o filho havia lhe confidenciado ter matado o Sr. José Eduardo, realizando a ocultação do cadáver em seguida. No entanto, indagado sobre o local da ocultação, o pai de Reginaldo relatou que este não quis informar.
Quanto à motivação do crime, Reginaldo disse que ficou muito incomodado, pelo fato de a vítima insistir para que eles tivessem relação sexual. Com o esclarecimento do crime e da autoria, no dia 05/02/16, foi feita a representação pela prisão preventiva de Reginaldo, sendo referida medida acolhida no mesmo dia. Assim, policiais civis passaram a realizarem diligências no sentido de encontrarem o foragido e realizarem sua prisão, viabilizando inclusive o encontro do cadáver, que até então permanecia desaparecido. De início, os policiais se deslocaram para os municípios de Paranaíba/MS e São Sebastião do Pontal/MG, onde, com ajuda da Polícia Civil de Paranaíba/MS, identificaram o paradeiro do foragido, tratando-se de uma fazenda, situada a 40 km da área urbana de São Sebastião do Pontal/MG.
Diante disso, os policiais se deslocaram para o local, mas, no entanto, ao chegarem lá, constaram que Reginaldo havia acabado de fugir outro destino, deslocando-se para a cidade de Barra do Garças/MT, mediante auxílio financeiro e o empréstimo de um automóvel de seu cunhado, o qual foi imediatamente preso em flagrante por favorecimento pessoal. Na fazenda em São Sebastião do Pontal/MG, foi encontrada ainda a esposa de Reginaldo, a qual informou que ele, após admitir a ela a autoria do crime, também informou o local da ocultação do cadáver, informação esta que foi repassada imediatamente ao corpo de bombeiros, para lhes auxiliarem nas buscas. No dia seguinte, 06/02/16, Reginaldo, que planejava se esconder na casa de outro cunhado, em Barra do Garças, não conseguiu abrigo lá, ante o receio de o último também sofrer algum tipo de sanção penal. Desse modo, Reginaldo, não tendo mais local para se esconder, já que lhe foi negado abrigo em Barra do Garças, e seus únicos familiares de Paranaíba/MS e São Sebastião do Pontal/MG estavam todos sendo monitorados pela Polícia Civil, resolveu se entregar no Município de Aragarças/GO, apresentando-se no destacamento da PM local.
Ao se entregar, Reginaldo confirmou a informação que sua esposa havia passado à Polícia Civil quanto ao local da ocultação do cadáver, informando que, após matar a vítima, jogou adentro de um poço seco, situado no fundo de uma fazenda, e em seguida inseriu aproximadamente 20 sacos de areia no local, bem como 5 sacos de cimento. No fim do dia 07/02/16, após a retirada de toda a areia e o sal que foram inseridos no poço, trabalho que durou, praticamente, o dia todo, o corpo de bombeiros conseguiu realizar a retirada do corpo da vítima. Ao ser interrogado, formalmente, Reginaldo relatou que havia matado a vítima no dia 26/01/16, mediante vários golpes efetuados em sua cabeça, com um pedaço de ferro. Reginaldo contou que, após dar um murro na vítima, esta caiu e, batendo a cabeça no chão, desmaiou. Assim, Reginaldo aproveitou a oportunidade para enrolar a cabeça da vítima num forro de mesa, arrastou seu corpo para fora da casa, e a matou com os golpes de ferro na cabeça.
DAM PARANAÍBA