Estrela da novela Pantanal, Matí é onça fofíssima que veio de GO
Matí é uma das grandes estrelas que protagonizam o remake da novela Pantanal. Para filmar as cenas onde as personagens Juma Marruá (Alanis Guillen) e Maria Marruá (Juliana Paes) se transformam em onça-pintada, a emissora convidou a Matí para participar de alguns capítulos do enredo.
O Instituto NEX é o responsável por cuidar da onça-pintada que fez mais uma aparição no episódio de ontem (05) da novela. Na primeira vez, Matí aparece em cena, enquanto Maria tenta salvar o marido Gil do ataque da onça. A coordenadora de Atividades e Projetos do Instituto NEX, Daniela Gianni, comentou sobre o processo de gravação no Pantanal.
Durante seis dias, Matí foi acompanhada no set de gravação e, segundo Daniela, diversos protocolos foram seguidos. “Tinha um recinto exclusivo para ela e, sempre que eu pedia, eles providenciaram alimentação a mais para ela. A cada uma hora tinha um intervalo onde ela ficava em um lugar de temperatura baixa, pois o Pantanal é muito quente”, explica.
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Além do convite especial ter sido bem-vindo, Daniela destaca a importância de levar a Matí para as telas. “A nossa missão de vida é dar visibilidade para essa causa, proteger e defender a onça-pintada. Cada vez que tenho a oportunidade de mostrar para o Brasil a importância dessa espécie, que ela merece ser respeitada, para mim, é o ápice da nossa missão”, afirma.
Desde 2001, o instituto recebe felinos encaminhados pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). No local, a organização cuida desses animais e garante a preservação da espécie. Após perder a mãe em um acidente na rodovia, Matí precisou receber cuidados permanentes e não pode voltar à natureza.
Por ser criada em cativeiro, a onça-pintada desenvolveu um comportamento mais dócil, sendo esse um dos motivos para ela ter sido escolhida para a novela. “A Matí é muito tranquila, nenhuma cena dela exigiu esforço ou agressividade, ela praticamente só passeou e o pessoal da edição fez o resto do trabalho. Foi tudo muito natural, porque a Matí está acostumada a andar”, reforça.
Para garantir que a onça-pintada não ficasse estressada no novo ambiente, a equipe da instituição realizou alguns exames. “Fizemos um teste de cortisol para avaliar o nível de estresse. O exame foi feito antes da Matí sair do Pantanal e o nível de cortisol dela quando retornamos para o NEX estava igual”, relata.
Por trabalhar há duas décadas com a espécie, Daniela comenta que desenvolveu um vínculo com elas. No caso da Matí, a situação não foi diferente. “Eu e ela temos uma conexão muito importante, é como se fôssemos melhores amigas. Além de se completar, nós conversamos pelos olhares”, fala.
Essa conexão, segundo a coordenadora, ajudou na dinâmica de trabalho no Pantanal. “Quando tinha algum momento que ela tava estranhando alguma coisa, eu falava com a equipe e eles providenciavam outra situação. Se eu achava que ela estava cansada, pedia folga e o pessoal dava para a gente”, diz.
Depois dos seis dias de gravação, Matí e Daniela voltaram para o instituto situado no estado de Goiás. A coordenadora celebra o fato da onça-pintada ter se destacado e rompido alguns conceitos negativos. “O nosso objetivo foi alcançado, está todo mundo falando da onça. Trouxemos visibilidade e as pessoas estão aprendendo que a onça não é esse animal demoníaco”, expõe.
No final da entrevista, Daniela enfatizou que todo o processo contou com todas as autorizações necessárias dos órgãos competentes. “Foi tudo regularizado, os órgãos ambientais sabiam de todos os detalhes e participaram do projeto”, conclui.
Se você quiser conhecer mais a causa da organização e o trabalho desenvolvido, o perfil no Instagram é @nex_noextinction.
Por Jéssica Fernandes – Campo Grande News, Lado B