Os municípios de Dourados e Chapadão do Sul serão os anfitriões de Mato Grosso do Sul para receber a Caravana da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias). Intitulada “Caravana FertBrasil”, essa iniciativa estará presente em 48 polos produtivos do agronegócio brasileiro com a finalidade de ensinar – aos produtores rurais – técnicas que utilizem menos fertilizantes nos plantios.
Essa foi uma das soluções pensadas pela ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, que antes de deixar o cargo para disputar eleições, peregrinou por diversos países produtores de fertilizantes – como Irã e Canadá – a fim de suprir a lacuna criada pela Rússia, que está em guerra com a Ucrânia. Ao mesmo tempo, a então ministra garantiu que o Brasil tinha fertilizantes suficientes até outubro deste ano. Como a guerra está se prolongando, soluções alternativas serão testadas e a de menos uso de fertilizantes será uma delas.
O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) anunciou – esta semana – a programação da Caravana Embrapa FertBrasil. Um dos critérios estabelecidos foi de que a caravana seguirá as épocas de plantio de cada polo. Os pesquisadores da Embrapa farão as palestras para técnicos e lideranças rurais em cada um dos polos. O objetivo é promover o aumento da eficiência de uso dos fertilizantes e insumos no campo e estimular a adoção de novas tecnologias e de boas práticas de manejo de solo, água e plantas.
Para Ilton Henrichsen, presidente da Fundação Chapadão – entidade do agronegócio em Chapadão do Sul -, a vinda da Caravana FertBrasil já está dando as melhores repercussões para a região. “Isso mostra que estamos no radar do Brasil como uma das regiões produtivas e que estamos atentos às tecnologias. A vinda da Embrapa nos colocará em outro nível de referência. Vamos nos preparar para recebê-los. Informações são sempre bem-vindas, principalmente sobre fertilizantes neste momento”, destacou Ilton Henrichsen.
Em todo o Brasil, a expectativa é beneficiar mais de 20 mil produtores e oferecer capacitação digital para mais de 10 mil profissionais, com impacto em mais de 70 milhões de hectares de áreas agrícolas. A ação está dentro das medidas de curto e médio prazo do Plano Nacional de Fertilizantes, lançado mês passado pelo governo federal para reduzir a dependência externa por importação de produtos e tecnologias – situação agravada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.