Encerrando o mês da mulher, Costa Rica se mobilizou na manhã desta quinta-feira (31) para uma passeata em combate ao feminicídio e à violência familiar. A iniciativa é do Governo Municipal, através da Secretaria Municipal de Administração, com apoio da Câmara de Vereadores, e teve como madrinha a primeira-dama, Márcia Alves.
Após percorrerem a avenida José Ferreira da Costa a população se concentrou no Parque Ecológico Vilibaldo Rodrigues Barbosa, onde foram realizadas homenagens e apontadas ações fundamentais para o combate a este tipo de crime.
“Hoje estamos dando voz às 19 mulheres assassinadas em Mato Grosso do Sul somente no primeiro trimestre de 2022. Nós precisamos agir para que isso pare, com ações sistemáticas e contínuas, unindo poder público e sociedade civil visando mudar esta realidade também em Costa Rica. Por isso convoco todo cidadão para ser um vigilante, sem medo de denunciar qualquer tipo de violência”, conclamou a primeira-dama Márcia Alves.
Em seguida, a defensora pública Katherine Alzira Avellan Neves, destacou que de acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), uma em cada três mulheres no planeta sofre ou já sofreu algum tipo de violência sexual ou física de seus parceiros ou de terceiros.
“A violência contra a mulher é uma das formas mais graves de violação dos direitos humanos, portanto chama atenção da sociedade, do poder público e de todos nós, para combater todo tipo de violência contra as mulheres, seja física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Não precisamos esperar que tantas Luanas, Kellys, Julianas e tantas outras percam a vida, nem esperar até que seja mês de março para sairmos da nossa zona de conforto, é necessário combater a violência nos 365 dias do ano”, relembra a defensora.
Representando o Legislativo Municipal, a presidente da Câmara de Vereadores, professora mestre Manuelina Martins da Silva Arantes Cabral, afirmou que “é preciso dar voz às questões urgentes como esta em nossa sociedade, difíceis de trazer à tona e conversar, ter coragem e também encorajar as mulheres, permanecer atento e vigilante para denunciar qualquer tipo de violência. Precisamos dar voz a essas mulheres que aqui estão, para que não ocorram novas tragédias em nossa sociedade. A nossa voz é a nossa vida! ”, frisou a parlamentar.
O prefeito de Costa Rica, Cleverson Alves, relembrou a importância da parceria com a Câmara de Vereadores e órgãos de segurança pública para implementação de políticas públicas voltadas ao combate a violência.
“Desde dezembro de 2021 implementamos a Sala Lilás, junto à Delegacia de Polícia Civil, e através de indicação da Câmara de Vereadores, também será criada a Secretaria de Proteção à Mulher. Iniciativas como esta caminhada de hoje, é mais uma das muitas ações que podem ser praticadas para enfrentar a violência contra a mulher, principalmente porque chama a atenção de todos nós para esta problemática, afinal a negligência é a pior das violências” , completou o gestor.
O evento também contou com a participação do padre Wilkson Mendes, que fez um momento de reflexão e oração para todas as vítimas de feminicídio em Costa Rica, bem como do padre Kelson Malaquias, que homenageou as mulheres com duas canções regionais, cativando e emocionando ainda mais o público presente.
Também estiveram presentes o vice-prefeito Roni Cota, vereadores, secretários e subsecretários municipais, alunos das redes municipal e estadual, Polícias Civil e Militar, Conselho Tutelar, Corpo de Bombeiros, servidores públicos, colaboradores da Atvos e Expresso Nepomuceno, entre outras autoridades municipais.
De acordo com a Defensoria Pública de Costa Rica, em 2020 foram registrados 3 feminicídios no município, outros 5 somente em 2021 e 1 já no primeiro trimestre de 2022.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, até 31 de dezembro de 2021, 100.398 meninas e mulheres foram vítimas de violência sexual e 2.451 mulheres foram vítimas de feminicídio, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Mato Grosso do Sul está entre os estados que mais registra crimes contra a mulher. Entre 1º de janeiro e 20 de março, 19 mulheres foram vítimas de feminicídio no MS.