Plano busca reduzir dependência de fertilizantes

O Governo Federal lança nesta sexta-feira (11) em cerimônia no Palácio do Planalto, o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), em meio à crise de fornecimento do produto por conta da guerra entre a Rússia e Ucrânia, principais fornecedores de insumos utilizados em fertilizantes.

Estão previstas as presenças do presidente da República, Jair Bolsonaro, e as dos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina; de Minas e Energia, Bento Albuquerque; da Economia, Paulo Guedes; e a do Secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), Flávio Rocha.

De acordo com o aviso de pauta enviado às redações, “O Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) será uma referência para o planejamento do setor de fertilizantes nas próximas décadas, promovendo o desenvolvimento do agronegócio nacional, com foco nos principais elos da cadeia: indústria tradicional, produtores rurais, cadeias emergentes, novas tecnologias, uso de insumos minerais, inovação e sustentabilidade ambiental”

O PNF elaborado com a participação de nove ministérios será uma importante ferramenta para reduzir a dependência do Brasil em relação aos fertilizantes importados. Ao atender crescente demanda por produtos e tecnologias, as medidas estabelecidas pelo PNF buscam readequar o equilíbrio entre a produção nacional e a importação, com potencial para tornar o Brasil um protagonista no mercado mundial de fertilizantes.

Segundo cálculos do Sindicato Nacional da Indústria de Matérias-Primas para Fertilizantes, o plano que será anunciado nesta sexta e o Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes, do ano passado, devem impulsionar a produção nacional em 35% até 2025, além de atrair investimentos de aproximadamente 4 bilhões de reais por ano, totalizando 114 bilhões de reais até 2050.

O PNF começou a ser pensado pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, assim que entrou no ministério no inicio do governo de Jair Bolsonaro, como forma de reduzir a grande dependência externa de fertilizantes.

“Quando cheguei ao ministério, vi esse problema e comecei a trabalhar um plano para resolver esse problema. EUA tem 80% de produção própria e 20% de importados, a China está mais ou menos nesse patamar e o Brasil, com essa potencia do agro que é que tem que chegar nesses patamares de mais autossuficiência”, disse ela no programa Sem Censura da TV Brasil

Na entrevista, a ministra enfatizou que a segurança alimentar é uma questão de segurança nacional e isso passa pelos fertilizantes, problema que causou mais destaque com a guerra na Ucrânia, pois a Rússia e Bielorussia são os principais fornecedores de potássio e de hidrogenados importados pelo Brasil. Para Tereza Cristina, o país deve alcançar a autossuficiência de fertilizantes em 30 anos, mas advertiu que não depende só do governo. “Nós precisamos de investidores que venham investir na exploração de potássio e uréia”, acentuou.

DIPLOMACIA DE INSUMOS

Em meio à crise com o prolongamento da guerra no Leste Europeu, o Brasil tem trabalhado em uma diplomacia de insumos para garantir o abastecimento de fertilizantes para nossa produção agropecuária. Nesta quinta feira, a ministra Tereza Cristina recebeu representantes dos países árabes e presidente da Câmara Árabe Brasileira, embaixador Osmar Chohfi, quando recebeu a noticia que essas nações podem aumentar a exportação de fertilizantes para o Brasil. Juntos os países árabes fornecem 26% dos fertilizantes importados pelo Brasil. Entre os principais fornecedores, estão Marrocos, Catar, Arábia Saudita, Egito, Omã e Argélia.

Roberto Chamorro

Fonte Agencia Brasil/ Canal Rural/MAPA /Redes Sociais