O paraguaio Diego Alexis Vasquez Martinez, conhecido como Burro, foi preso acusado por ser um dos mentores da execução de Haylée Carolina Acevedo Yunis, 21, Kaline Reinoso, 21, Rhamy, Jamilly Borges de Oliveira, 18, e Omar Vicente Álvarez Grance, 32, conhecido como “Bebeto”. A prisão foi feita pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas).
Diego foi preso nesta sexta-feira (18), em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha a sul-mato-grossense, Ponta Porã, na fronteira entre o Brasil e Paraguai. Seis brasileiros suspeitos de envolvimento nas execuções foram presos dois dias após o crime.
Haylée é filha do governador do departamento de Amambay, no Paraguai, Ronald Acevedo. Todos foram mortos na saída de uma casa noturna, em Pedro Juan Caballero, em 9 de outubro do ano passado. Estudante de medicina, Kaline era moradora de Dourados e estava acompanhada de Rhannye, outra estudante de medicina.
Já “Bebeto” seria o único alvo dos pistoleiros. Ele teria delatado 14 integrantes de facção criminosa, presos durante uma “assembleia”, no dia 23 de março do ano passado. Entre os presos, estava Weslley Neres dos Santos, 35 anos, conhecido como “Bebezão”, considerado o novo chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital), no Paraguai.
O governador de Amambay, Ronald Acevedo, quis olhar frente a frente o homem que foi preso na noite desta sexta-feira (18), e que é apontado como um dos criminosos que dispararam mais de 100 tiros no carro que esta sua filha Haylée Acevedo, de 21 anos e mais três pessoas. O ataque aconteceu em Pedro Juan Caballero em outubro do ano passado.
O pistoleiro identificado como Diego Alexis Vasquez Martinez, de 21 anos, também conhecido como Burro, estava foragido e foi encontrado por agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas). Na quinta-feira (17), durante cerimônia de entregas de imóveis tomados de um traficante, Acevedo criticou o comissário Gilberto Aristides Fleitas Colmán, chefe da Polícia Nacional pela demora nas investigações,
Logo após a prisão de Burro, o governador, acompanhado pelo irmão, José Carlos Acevedo, que é prefeito de Pedro Juan Caballero, tentou entrar no local onde ele estavam, mas foi barrado pelos agentes. Ele chegou a ligar para a ministra da Justiça, Zully Rolon, na tentativa de obter autorização para chegar perto do acusado.
“Eu queria olhar nos olhos dele. É o pedido de um pai que perdeu a filha e teve a família destroçada. Seria pelas minhas filhas que ficaram e pela minha esposa. Vocês não entendem o sofrimento que estamos passando”, comentou o governador em entrevista a emissoras de rádio da cidade.
Burro que aparece nas imagens do atentado ao lado de outros três homens, foi preso em uma residência no bairro Terraza II na periferia da cidade e estava sozinho. Os policiais encontraram apenas um celular na casa e poucas evidencias. Ele foi ouvido na noite desta quinta-feira (18) e deverá ser encaminhado para Assunção por questões de segurança ainda neste sábado (19).
Choros e homenagens
Desde a morte da filha, o governador tem evitado aparecer em solenidades pública. Informações apuradas pelo Midiamax com pessoas que convivem mais de perto com Acevedo, mostram que ele está cada vez mais abatido.
Há relatos de que pelo menos uma vez por mês, ele é visto chorando e rezando no local onde aconteceu o ataque com mais de cem tiros disparados por pistoleiros. “Ver um pai chorando a morte de uma filha é uma cena muito triste”, comentou um internauta.
Aos amigos mais próximos e também perante os moradores de Pedro Juan Caballero, o governador não esconde os sentimentos de tristeza por não estar conseguindo vencer a guerra contra o crime organizado na fronteira. “Estamos perdidos”, disse ele.
Midiamax