Pai com Covid abraça e beija de propósito filha de 10 anos em MS

Mulher registra boletim de ocorrência após ex-marido com Covid descumprir quarentena e visitar filha do casal, em Campo Grande. Conforme a denúncia, o pai da menina, de 10 anos, expôs a filha à Covid-19 ao abraçar e beijá-la mesmo sabendo que estava infectado com o vírus.

O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), já que a exposição de criança ao vírus é crime. Inquérito policial será aberto para apurar a situação.

Em depoimento à Polícia, a mãe da criança – que não terá identidade revelada – explicou a dinâmica da situação. Por mensagem, o ex-marido teria informado que estava com Covid e não poderia visitar a filha.

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Já que pai e mãe possuem guarda compartilhada da menina, foi acordado que a criança passaria o período de responsabilidade do pai com a avó paterna. Porém, conforme denúncia, o pai foi visitar a filha, mesmo com Covid e sem máscara, e a abraçou e beijou, momento em que expôs a menina à contaminação.

Ao g1, o delegado adjunto da DEPCA, Marcelo Damaceno, explicou que expor a criança ao perigo de contágio é caracterizado como crime. O boletim detalha que o registro foi feito quando a criança começou a apresentar sintomas da Covid, mas não se sabe se ela chegou realmente a contrair o vírus.

“Pela denúncia, o pai sabia que a menina estava na casa da avó paterna e foi visitá-la mesmo com Covid. Ele sabia, mesmo assim abraçou e beijou ela [criança]. Criminalmente não faz diferença a criança ter contraído o vírus”, detalhou.

 

O delegado revelou que o próximo passo da investigação será a materialização do fato. “A criança será ouvida em depoimento especial. A mãe foi ouvida e disse que há mensagens que comprovam que o ex-esposo confirmava a Covid”.

O caso foi denunciado no fim de janeiro deste ano e o inquérito do caso ainda deverá ser aberto. O delegado comentou, que caso for confirmado a exposição da filha ao vírus, o pai da menina pode responder por “perigo de contágio de moléstia grave”.

A reportagem não conseguiu contato com o pai da criança, pois o nome do homem não foi informado.

Por José Câmara, g1 MS