OS POLÍTICOS: “(-)…Eles normalmente são escolhidos por razões bastantes distintas, a principal delas sendo simplesmente o poder de impressionar e encantar intelectualmente os destituídos…(-) eles todos sairão percorrendo o país à procura de chances de tornar os ricos pobres, de remediar o irremediável, de socorrer o insocorrível, (-)… O vencedor será aquele que prometer mais com a menor possibilidade de cumprir o mínimo…” (Henry L. Mencken)
CONCLUSÃO: A última frase deste jornalista americano (Henry) fortalece a tese de que sem promessa, sem acenos de milagres, de melhora, de mais felicidade geral, o candidato não consegue vencer. No imaginário popular a promessa seria uma proposta com mais ‘tempero’, suculenta e sedutora, despertando todos aqueles desejos represados do eleitor.
NAUFRAGO: A fase dos holofotes amainou e o ex-ministro Luiz H. Mandetta (DEM) acabou perdendo a força da época em que deixou o Ministério. Bom de vídeo e imagem agradável, ele apostou numa terceira via forte. A fusão do seu partido com o PSL não o beneficia. Sem mandato e sem um grupo político não tem chances numa candidatura à Câmara. Nesta neblina de mar de tubarões, sem ‘salva vida’, deve voltar ao consultório.
BASTIDORES: As conversações em torno do pleito de outubro indicam um cenário com novidades na composição de chapas proporcionais. A gestão de excelência de Walter Carneiro Jr. à frente da Sanesul, por exemplo,, fez dele um nome forte para representar a AESBE ( Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento) na Câmara Federal no momento em que o Marco Legal de Saneamento ameaça algumas companhias do país de privatização. Embora o advogado douradense não comente sobre o assunto, a pressão das lideranças políticas é grande.
VALE TUDO: Não há inocentes. Se Lula seleciona os inimigos conversando com rivais históricos, atingindo inclusive o tucano João Dória; Bolsonaro escolhe os aliados. Suas ações devem beneficiar o pessoal do Centrão com verbas obesas. Já o ex-juiz Moro, criticado pelo Centrão e PT, tenta se firmar como a melhor opção da terceira via concorrendo com Ciro Gomes (PDT).
VIRA-CASACA: A expressão nasceu com Carlos Manuel III, Rei da Sardenha que vivia ameaçado ora pela França, ora pela Espanha. Para se safar do assédio ameaçando sua soberania, mudava as cores da sua casaca de gala de acordo com as cores do reino de seus aliados de momento, franceses ou espanhóis. Esse contorcionismo garantiu-lhe nada menos que 43 anos no poder.
NO DICIONÁRIO: Vira-casaca: “pessoa que troca de convicção, time, partido político ou qualquer outro traço de identificação a um grupo por mera conveniência pessoal”. Pela trajetória iniciada lá em Pindamonhangaba, pela sua liderança partidária por mais de 30 anos, pelas eleições disputadas e declarações contra o PT e Lula e agora pela aliança costurada, Geraldo Alckmin merece ser taxado de vira-casaca.
BOQUIABERTO: Dizem que Alckmin é um político diferente. Faz política parado, passa imagem de equilíbrio. Por tudo isso seu eleitor se sente confuso e órfão às portas das eleições. Aliás, nas pesquisas, ele sempre liderou as intenções de votos para o Governo Paulista e ao Senado. Seguindo a trilha petista, não terá a companhia dos antigos eleitores e lideranças paulistas.
O ALVO: Lula quer tirar Alckmin do tabuleiro paulista para viabilizar o PT no Estado mais rico do país e passar imagem de moderação na sua candidatura. É o Alckmin que venceu José Genoino (PT) em 2002 e Mercadante (PT) em 2010 ao Governo de São Paulo. Mas é o mesmo Alckmin que nas eleições presidenciais de 2006 (contra Lula) ‘conseguiu a proeza’ de ter 2,4 milhões de votos a menos do que no primeiro turno.
O TABULEIRO: Sem Geraldo Alckmin, a batalha pelo Governo Paulista promete! Até aqui 10 os pretendentes: Rodrigo Garcia (PSDB), Fernando Haddad (PT), Marcio França (PSB), Arthur do Val (Podemos), Vinicius Poit (Novo), Guilherme Boulos (PSOL), Abraham Weintraub, Tarcísio de Freitas (PL), Felício Ranuth (prefeito de São José dos Campos) e Paulo Sena (prefeito de Santo André) ambos do PSD.
CONSEQUÊNCIAS: Driblando os tempos bicudos da economia nacional o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) tem demonstrado competência no gerenciamento. Esses recursos arrecadados, revertidos em ações administrativas, programas sociais, obras em todas as regiões e áreas da administração. Impressiona: nem a Covid 19 interrompeu essa escalada positiva.
DIA DO FICO: Não tem sido por falta de perguntar aos mais diferentes personagens do Governo. Mas até aqui não há notícia ou sinal dela a respeito da eventual candidatura do governador Reinaldo e consequentemente de sua renúncia 6 meses antes do pleito como manda a lei. O assunto é tratado é guardado a 7 chaves. Reinaldo sai pela tangente quando questionado.
TAMBÉM: O mesmo se pode dizer quanto a real disposição do prefeito Marquinhos Trad (PSD) da capital em entregar o cargo a vice-prefeita Adriane Lopes (Patriota) para tentar a Governadoria. Após aquelas declarações contundentes e afirmativas, o assunto passou a ser tratado com discrição. Pode até ser uma tática enquanto afere o ambiente e realiza pesquisas.
SIMONE: Com a candidatura presidencial patinando (1%) deve pensar no ‘Plano B’. A reeleição ao Senado é temerária pela estatura da concorrência. Para a Câmara Federal teria que obter 180 mil votos concorrendo com o ex-senador Moka (mais próximo de Puccinelli). A saída; tentar a Assembleia Legislativa, beneficiada pela desistência de seu marido Eduardo Rocha (MDB) em concorrer a reeleição. Faltou à senadora um bom conselheiro.
ESCADAS: Arrumar bons nomes para disputar a Câmara Federal com a missão de ajudar a eleição do candidato ‘cabeça de chapa’ é difícil. Na hipótese da candidatura de Simone, ela teria que arrumar duas mulheres candidatas e mais 6 homens candidatos. Como o ex-senador Moka já anunciou sua candidatura, haveria ‘colisão’ entre ambos pela única vaga que deve caber ao MDB. Serão necessários 180 mil votos para essa vaga. Eleger dois candidatos seria dificílimo.
CABOS ELEITORAIS: Vivendo o dia a dia de suas cidades, os vereadores serão importantes neste pleito. Dos 838 deles eleitos em 2020, o PSDB foi quem elegeu mais: 231 cadeiras. Depois vem DEM com 120, MDB-118, PSD-80, PDT-51, Patriota-31, PTB-31, PP-30, PT-25, PSB-21, Republicanos-20, PSL-16, SD-12, PL-9, Rede-2, PSC-2, PMN-1, Avante-11, PSOL-1. Apenas PSDB, DEM e MDB detém 55,8% do total das cadeiras.
UMA FORÇA: O governador Reinaldo confia no trabalho dos vereadores tucanos e das siglas aliadas em prol do candidato Eduardo Riedel (PSDB). Aliás, Carlos Alberto de Assis será o coordenador da campanha de Riedel na capital. Ele comandou a campanha da candidata Rose Modesto (PSDB) a prefeitura de Campo Grande em 2016. Ela começou com 7 pontos nas pesquisas e cresceu muito ao longo da campanha.
DOSE DUPLA: Haja paciência! A propaganda eleitoral começa só em agosto, destinada aos candidatos que vão participar das eleições. Mas já neste semestre terá início no rádio e TV a propaganda gratuita para os partidos veicularem seus ideais, programas e mensagens aos filiados e sociedade. Prometem promover a inclusão da política na vida das pessoas.
O INSISTENTE: Ele anima as eleições. Como da última vez, a candidatura de Ciro Gomes (PDT) é carente de alianças. Com o discurso mais a esquerda tem dificuldades para encontrar um espaço para viabilizar sua candidatura. Mas justiça seja feita; ele é o único dos pré-candidatos a apresentar um programa de governo. Sua língua continua afiada e não tem poupado críticas a Lula, João Dória, Bolsonaro e Sergio Moro.
PESQUISAS: São venenosas. Influenciam e manipulam o eleitor. Já estamos no período em que elas precisam ser registradas na Justiça Eleitoral. Ministério Público, candidatos, siglas, coligações, entidades e candidatos tem o direito de verificar os dados, mapas publicados, o modelo do questionário aplicado e quem patrocinou os custos da pesquisa. Cuidado com elas.
PÍLULAS :
Se Deus não dá, ninguém pode tirar.
Quem não consegue morder não deve mostrar os dentes
Três coisas não podem ser escondidas: o amor, a tosse e a pobreza
O gato conhece a carne que come.
(Blog do Guelmann)