“Paramos ao lado da rocha que desmoronou. Foi um livramento”. Sem acreditar ao ver as imagens do desprendimento da rocha na região do Lago de Furnas, em Capitólio (MG), o professor Denis Ronieri, de 39 anos, ainda está em choque. Morador em Chapadão do Sul (MS), o professor visitou o local com a namorada, um dia antes da tragédia que deixou 10 mortos e 32 feridos.
Ao site Campo Grande News, Denis contou que viajou no dia 3 de janeiro para Minas Gerais, em férias com a namorada. “Lá choveu a semana toda, voltamos sem fazer todos os passeios programados. Adiantamos a vinda por causa do mau tempo e acabamos visitando a região de lancha na sexta-feira”, contou.
Na lancha, o professor conta que havia 15 pessoas. “Tinha umas 15 pessoas, turistas de todo o Brasil”. No local, o casal tirou fotos e fez vários vídeos, inclusive, ao lado da rocha que se desprendeu. “Até agora, fico pensando, fico olhando os vídeos após o acontecido. Notei que paramos e ficamos por algum tempo ao lado da rocha que caiu. Paramos e ficamos uma meia hora ou mais, tomamos banho embaixo da cachoeira”, lembra.
O professor diz que apenas depois de saber sobre a tragédia, olhou com calma as imagens da galeria do celular, que fez na sexta-feira (7), dia anterior ao desabamento. “Se você olhar (vídeo abaixo), percebe uma fenda, a rocha já desprendida”.
Denis diz que ficou sabendo do acidente após amigos começarem a ligar e mandar mensagens. “Não sabia do acontecido, de repente, amigos começaram a mandar mensagens, me ligar perguntando se estava bem, aí que fui olhar o noticiário e saber o que estava acontecendo”, lembra.
O professor afirma ainda estar em choque, mas agradecido. “Às vezes, paro e fico pensando, paramos a lancha embaixo da pedra, ficamos por um bom tempo lá e olhando os vídeos, a pedra já estava rachada, poderia ser a gente, parece mentira, a ficha não cai”, lamenta.
Desabamento – Uma estrutura rochosa desabou sobre lanchas na região dos cânions da cidade de Capitólio, a 293 km de Belo Horizonte, no começo da tarde de sábado (8). Três embarcações, a princípio, foram atingidas e duas delas afundaram. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais confirmou 10 mortos e 32 feridos no desastre.
A região é chamada pelos operadores náuticos de “Mar de Minas” e, no local onde as lanchas atracam, os turistas podem tomar banho e se aproximar das cachoeiras no cânion. Segundo depoimentos de barqueiros, em dias normais, costumam ficar em frente à cachoeira do cânion cerca de 30 a 40 embarcações. No dia do acidente, isso só não ocorreu pelo tempo instável.
O local é considerado o principal atrativo turístico da cidade e 100% dos turistas costumam comprar o passeio de lanchas ou escunas para visitação.
A Marinha do Brasil deve instaurar um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente –
Por Dayene Paz | CAMPO GRANDE NEWS