BRASÍLIA — Da lista de especulações sobre quem será o companheiro de chapa do presidente Jair Bolsonaro em sua campanha à reeleição, o presidente do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, tem um nome que avalia como ideal: o da ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O dirigente do Centrão tem dito a interlocutores que Tereza agregaria à chapa por ser mulher, respeitada no agronegócio e ter bom trânsito político.
Ter uma vice mulher seria uma forma de tentar reduzir a resistência a Bolsonaro no eleitorado feminino: de acordo com pesquisa do Ipec (ex-Ibope) realizada em dezembro, 70% das mulheres desaprovam a maneira como o presidente conduz o país.
Deputada federa licenciada, Tereza Cristina planeja, no momento, ser candidata ao Senado pelo Mato Grosso do Sul. Ela é filiada ao DEM, mas deve sair do partido após a fusão com o PSL. E já foi convidada a se filiar ao PP e ao Republicanos.
Em ao menos uma ocasião, há cerca de um ano, Bolsonaro disse pessoalmente à sua ministra que ela é um dos nomes que ele considera para formar sua chapa.
Entretanto, segundo aliados, o presidente, mais recentemente, tem apresentado resistência em indicar qualquer nome que tenha o aval do Centrão — mesmo que o padrinho seja Valdemar Costa Neto. O titular do Planalto tem receio de que um político como vice possa se tornar uma ameaça.
Por isso, internamente, Bolsonaro passou a cogitar ter novamente um vice militar, assim como Hamilton Mourão. O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, é uma das opções.
Damares é opção
Caso opte por uma mulher, o presidente também gosta do perfil da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), que é evangélica, outro público que ele deseja atingir. A pesquisa mais recente do Ipec mostrou esse segmento dividido entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outro ponto que conta a favor de Damares é sua proximidade com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.