Para materializar de forma lúdica lembranças do marido que morreu há quase quatro anos Michela Cristina de Oliveira Martins, transformou uma camisa do marido em urso de pelúcia para a filha, Déborah Cristina, de 11 anos. “Ele era o príncipe dela”, diz a mãe. O momento em que Deborah Cristina recebe o presente foi gravado pela mãe.
“Foi uma emoção muito grande. Como se as lembranças voltassem. Quando eu peguei ele [o ursinho], eu me senti confortável, abraçada. Como se naquela hora ele estivesse ao meu lado”, fala Déborah, emocionada.
VEJA AQUI O VÍDEO DE QUANDO DEBORAH RECEBE O PRESENTE E SE EMOCIONA.
Acidente
Thompson Flávio Martins, de 40 anos, foi vítima de acidente de trânsito no dia 7 de fevereiro de 2018, em Campo Grande, quando seguia para almoçar com a esposa. “Ele estava indo me encontrar no restaurante. Aí um carro fez uma conversão e pegou ele”, conta a gestora de callcenter.
O então gestor de recursos humanos pilotava a moto dele quando sofreu o acidente. Ele foi hospitalizado e não resistiu. Michela ficou sem o marido, o companheiro diário e com quem ela almoçava uma vez ao mês em restaurante. “A nossa vida era muito corrida. Era um momento nosso”.
A filha, Débora, então com 7 anos, ficou sem o pai, “o príncipe dela”, como definiu Michela. “Eles tinham um relacionamento muito intenso. Era o príncipe da vida dela. Desde o aniversário dela de 1 ano ele entregava flores. Agosto de 2017 foi o último buquê”.
Acreditando que ficar sem lembranças materiais do marido evitaria mais sofrimento, Michela se desfez de objetos pessoais e roupas dele. A filha passou a fazer terapia e a pedir relógio, pulseira do pai.
Pelúcia
“E eu não tinha nada. Mas minha irmã tinha guardado uma camisa e eu mandei fazer um ursinho, para ela ter uma lembrança dele forma mais lúdica”, fala Michela. “A pulseira que foi para o pescoço do urso também era dele [do marido] e está escrito foco, força e fé”.
A pelúcia foi entregue nessa quarta-feira (05) para Déborah. O momento foi registrado em vídeo ‘escondido’, pela mãe, que ficou surpresa quando a filha reconheceu na hora a camisa do pai. “Ela reconheceu na hora e foi emocionante”.
Agora, Déborah “está mais próxima” das lembranças do pai. Nessa noite, ela dormiu abraçada à pelúcia.
Por Nadyenka Castro, g1 ms