O ex-senador Waldemir Moka (MDB) anunciou sua pré-candidatura a deputado federal em 2022. O anúncio foi feito em vídeo divulgado em suas redes sociais. A mensagem tem participação do ex-governador André Puccinelli (MDB), que também já afirmou ser pré-candidato à sucessão de Reinaldo Azambuja (PSDB).
Moka está fora da política desde fevereiro de 2019, quando deixou o Senado após ser derrotado pela candidata bolsonarista Soraya Thronicke (PSL), por diferença de pouco mais de 15 mil votos. A outra vaga foi garantida por Nelsinho Trad (PSD).
Um dos últimos atos de Moka como senador foi comandar a discussão do Orçamento da União de 2019, o primeiro do governo Jair Bolsonaro. O sul-mato-grossense foi o relator-geral e, na ocasião, afirmou que estava entregando “orçamento possível e não ideal”, como ocorre todos os anos, por se tratar de peça em que há muitas necessidades e pouca disponibilidade financeira.
No vídeo em que anunciou a pré-candidatura, o ex-senador diz que tomou a decisão após ouvir a família, amigos e lideranças políticas de Campo Grande e do interior.
“É uma decisão madura, pensada por mim com apoio de muitas pessoas, como familiares e amigos”, declara. Moka quer retornar à Câmara dos Deputados, onde esteve por três mandatos (1999-2010), até se eleger senador da República em 2010 (2011-2019).
Mandatos – Nesse período em que foi deputado federal e senador, Moka foi considerado por cinco anos seguidos, um dos “Cem Cabeças do Congresso Nacional” entre 594 parlamentares (513 deputados e 81 senadores), estudo elaborado pelo Departamento Intersindical de Acompanhamento Parlamentar (DIAP).
Também ganhou prêmios de outros institutos e organizações não governamentais que acompanham a atuação dos congressistas, como do Ranking dos Políticos, Revista VEJA e site Congresso em Foco.
Político de posições firmes, travou debates acalorados no plenário da Câmara e do Senado. O mais famoso ocorreu em 2017 e envolveu o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Moka praticamente destituiu o colega alagoano, em rede nacional, do cargo de líder do MDB no Senado. As imagens da discussão tiveram grande repercussão pelo fato do então senador sul-mato-grossense enfrentar o “todo-poderoso” Calheiros.
Moka é autor de projetos de impacto, como o que obriga o preso a pagar as despesas na prisão, seja com o trabalho ou em espécie, caso o condenado tenha condições financeiras para fazer frente os gastos. Foi também autor da proposta que criou uma subcomissão no Senado para tratar das doenças raras, medida que beneficiou cerca de 13 milhões de pacientes no país.
Como presidente da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, liderou as discussões sobre a guarda compartilhada dos filhos, a aprovação do Estatuto da Juventude, compra de medicamentos de alto custo, tratamento imediato contra o câncer, entre outros projetos.
Trajetória – Waldemir Moka tem 70 anos, é médico, formado pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Foi professor de Química e coordenador do Curso Objetivo Dom Bosco, o mais tradicional do Estado e que preparava milhares de estudantes para o vestibular.
No início dos anos de 1980, era um dos professores mais populares de Campo Grande. Época em que dividia seu tempo entre as aulas na faculdade de Medicina e as do cursinho como professor.
Moka entrou na política em 1982, quando se elegeu vereador em Campo Grande. Foi deputado estadual e deputado federal, ambos por três mandatos, e senador da República. Moka guarda uma espécie de diploma em sua extensa carreira: em 40 anos na política nunca respondeu a qualquer processo judicial, seja na esfera cível, criminal ou eleitoral, onde é comum político ser acionado por irregularidades diversas.
É filiado desde 1979 a um único partido político, o MDB, que sempre faz questão de dizer “o MDB do Dr. Wilson Barbosa Martins, do Dr. Plínio Barbosa Martins, do Dr. Ulysses, do Tancredo”, e mais recentemente “o MDB do ex-senador Pedro Simon”, que chegou a declarar que “Moka era uma das melhores coisas do MDB”.
CAMPO GRANDE NEWS – Flávio Veras