Cultivo de lúpulo ganha força no estado de São Paulo com parceria entre fazenda de inovação e Ambev

A produção de lúpulo brasileiro ganhou um reforço de peso neste mês. A iniciativa de fomento e incentivo à cultura de lúpulo da Ambev, conhecida como Projeto Fazenda Santa Catarina, acaba de fechar uma parceria que amplifica sua atuação, agora no Estado de São Paulo. Ao lado da agritech Silver Hops, implantada na Fazenda Pratinha, na região de Ribeirão Preto, em São Paulo, a companhia pretende ampliar a produção de lúpulo genuinamente nacional e realizar pesquisas de desenvolvimento à cultura do insumo cervejeiro.

A Silver Hops nasceu com a missão de implementar soluções de alta tecnologia no cultivo de lúpulo e colaborar para o desenvolvimento da produção nacional do ingrediente, muito em linha com o que já vendo sendo realizado pelo Projeto Fazenda Santa Catarina desde 2020, em Lages, com o principal objetivo de estimular a agricultura familiar. A expectativa é que, com essa parceria, sejam criadas possibilidades para o cultivo e desenvolvimento de lúpulo nacional de qualidade em outros estados.

Parceria viabiliza lúpulo genuinamente brasileiro

Em 2020, quase 100% do lúpulo utilizado para produção de cervejas nacionais foi importado, seguindo a oferta de mercado para grandes cervejarias e artesanais. Hoje, o projeto Fazenda Santa Catarina, da Ambev, vê uma possibilidade de alavancar este cenário. “Estamos trabalhando integrados para garantir uma produção de lúpulo nacional de altíssima qualidade. Estamos acelerando esse processo com parcerias que possuem sinergias entre si e com um ecossistema engajado em trabalhar dia e noite para propiciar as melhores condições para o desenvolvimento de um lúpulo com qualidade no Brasil”, conta Felipe Sommer, Coordenador do Projeto Fazenda Santa Catarina da Ambev.

A parceria também é vista com otimismo por José Virgílio Braghetto Neto, responsável pela Silver Hops e que hoje integra o ecossistema de inovações e projetos disruptivos da Ambev. “Nosso papel será complementar ao trabalho que já está sendo feito com a agricultura familiar, trazendo ainda mais o olhar da pesquisa e da inovação. Com essas duas frentes, poderemos gerar transformações importantes na cadeia de produção cervejeira e no agronegócio responsável brasileiro”, conta.

Próximos passos

Segundo Sommer, o projeto deverá seguir um calendário de ações que visam eliminar as barreiras que atualmente impedem a evolução da cultura. “Começamos desenvolvendo mudas com comprovação de origem, construímos uma planta de beneficiamento, criamos um modelo de fomento e incentivamos o uso do lúpulo nacional pelas microcervejarias. Entre os próximos desafios estão a regulamentação da cultura e ampliação de acesso ao crédito. O foco é desenvolver e escalar a produção do lúpulo brasileiro com apoio da Fazenda Pratinha, produtores, universidades, Aprolúpulo e outros envolvidos”, diz.

Cerveja com lúpulo nacional já é realidade

Em agosto de 2021, um passo foi dado à verticalização da cadeia cervejeira. A Lohn Bier lançou a primeira cerveja totalmente brasileira, a Toda Nossa, uma Brazilian Pale Ale, com lúpulo, cevada e leveduras 100% nacionais, especificamente de Santa Catarina. Além da Toda Nossa, a Lohn Bier produz regularmente a Green Belly, a 1ª cerveja em escala industrial produzida com lúpulos nacionais.

A Colorado, outra marca do portfólio Ambev, também utilizou o lúpulo brasileiro em sua recente Hop Lager da Linha Brasil com S, que leva tapioca na receita.

Sobre a Silver Hops Agritech

A agritech Silver Hops está localizada na Fazenda Pratinha, na região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e tem cerca de 1,5 hectare destinado ao cultivo de nove variedades de lúpulo em caráter experimental e mais 3,5 hectares reservados para uma expansão futura. Estão sendo realizados testes diversos com foco em adaptações ao solo, clima e condições naturais do local.

Além do desafio de investir em uma espécie forasteira, o trabalho na fazenda se baseia em inovações tecnológicas da produção. A propriedade se transformou em um verdadeiro laboratório de inovações com processos automatizados de irrigação, monitoramento com drones programados e com capacidade de captação de imagens em espectroscopia, fertirrigação de precisão e iluminação especial, que são comandadas por aplicativos. Na fazenda também existe uma unidade beneficiadora, que peletiza o lúpulo, deixando-o pronto para comercialização.

A fazenda, localizada na região do Vale da Prata, no interior de São Paulo, é uma agro startup, criada para implementar soluções de alta tecnologia no cultivo de lúpulo e colaborar para o fomento da cultura no país.

Bruna Sudario