PM deu golpes de cassetete e bateu contra parede a cabeça de jovem com câncer que morreu após abordagem, diz testemunha

Relatório médico aponta que o barbeiro Chris Wallace da Silva, de 24 anos, sofreu traumatismo por espancamento, contusões no abdômen e nos pulmões. Polícia Militar não se pronunciou sobre o caso.

Uma testemunha prestou depoimento à Polícia Civil e disse ter visto quando o barbeiro Chris Wallace da Silva, de 24 anos, foi agredido por policiais militares em Goiânia, tendo a cabeça batida contra a parede e levado golpes de cassetete de um deles. A família do rapaz, que tinha câncer, denuncia que o jovem morreu dias depois de ser abordado e apanhar dos militares.

 

 

O g1 tenta uma posição da Polícia Militar sobre a denúncia da família desde quarta-feira (17), mas não teve retorno. Nesta segunda-feira (22), a reportagem pediu por e-mail às 10h40 um posicionamento para a Secretaria de Segurança Pública (SSP), mas também não obteve resposta.

Detalhes da agressão

 

A testemunha, que não teve o nome divulgado, disse que estava passando pelo local no último dia 10 quando viu Chris e um amigo serem abordados por policias que estavam em uma viatura. A pessoa relatou que presenciou o momento em que um dos militares bateu a cabeça de Chris contra a parede, deu tapas no rosto e também golpes com um cassetete.

A pessoa que viu a abordagem contou que Chris ainda disse que tinha câncer e pediu para não apanhar mais. Depois que as agressões terminaram, o jovem foi embora.

Os policiais, então, começaram a bater com cassetete no amigo de Chris. A testemunha disse ainda que ouviu quando um dos PM ameaçou atirar na perna do homem caso ele tentasse correr.

A família de Chris conta que o jovem chegou em casa muito machucado, vomitando sangue e teve uma crise convulsiva. Ele foi levado para o hospital e foi intubado, mas morreu no dia 16.

O relatório médico atestou que ele teve traumatismo na cabeça por espancamento, contusões no abdômen e nos pulmões.

Família pede justiça

 

 

O advogado da família de Chris, Emanuel Rodrigues, disse que a família ainda espera respostas. “Eles querem uma posição da Corregedoria da Polícia Militar, da Secretaria de Segurança Pública. O estado ainda não se pronunciou sobre essa agressão”, disse.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e foi registrada como lesão corporal seguida de morte. O g1 tentou contato com o delegado responsável pelo caso, mas as ligações e mensagens não foram retornadas.

 

 

Por Vitor Santana, g1 Goiás