Mato Grosso do Sul poderá ter programa de estímulo à produção de energia limpa. É que estabelece o Projeto de Lei 342/2021, encaminhado pelo governo do Estado à Assembleia Legislativa na tarde desta quinta-feira (18). A proposta, que cria o Programa Estadual de Incentivo ao Desenvolvimento de Fontes Renováveis e Energia Elétrica (MS Renovável), foi assunto tratado em reunião entre o presidente da Casa de Leis, deputado Paulo Corrêa (PSDB), e o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.
O programa visa estimular a implantação ou ampliação de sistemas geradores de energia em Mato Grosso do Sul, a partir de fontes renováveis, como e[ólica, termossolar, fotovoltaica, pequenas centrais hidrelétricas, biomassa, biogás, hidrogênio, entre outras fontes alternativas. Os beneficiados com o programa terão isenção tributária.
Conforme a proposta, ficam isentas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) “as operações com energia elétrica fornecida pela distribuidora à unidade consumidora, na quantidade correspondente à soma da energia elétrica injetada na rede de distribuição da mesma unidade consumidora com os créditos de energia ativa originados na própria unidade consumidora no mesmo mês, em meses anteriores ou em outra unidade consumidora do mesmo titular”.
“Hoje nós temos muitas pessoas fazendo geração distribuída”, notou Jaime Verruck. “Já estabelecemos uma linha de financiamento própria para isso, mas um ponto fundamental é a questão da tributação. Então, estamos trazendo aqui a relação de paridade em termos tributários”, disse o secretário, explicando que a cada mega gerado, o produtor de energia terá como compensação um mega sem tributação. O programa também dispensa o pagamento do ICMS em operações de importação e aquisição interestadual de máquinas e equipamentos a serem usados na produção de energia renovável.
“O que esperamos com isso? Uma expansão muito forte dos investimentos em energia solar, tornando nossa matriz ainda mais limpa”, afirmou o secretário. Ele disse ainda que essa demanda nasceu dos investidores do setor privado. A discussão teve participação da Assembleia Legislativa desde o início. Foi realizado estudo pelo governo, que resultou no projeto, que começa a tramitar na Casa de Leis.
O presidente Paulo Corrêa destacou a importância da proposta da criação do programa de incentivo à produção de energia limpa. “É importantíssimo. Isso vai possibilitar que os investidores tenham segurança jurídica. Quem for produzir energia limpa em Mato Grosso do Sul terá segurança jurídica”, enfatizou o parlamentar.
O projeto será ap?esentado em sessão ordinária da próxima semana e, depois, seguirá para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). Caso o parecer dessa comissão seja favorável, continua tramitando, com votações plenárias.
Por: Osvaldo Júnior Foto: Cyro Clemente