Levantamento no Brasil e Paraguai avaliou hospedeiros alternativos do fungo
Ações de monitoramento identificaram a ocorrência de ferrugem asiática e do seu causador o fungo Phakopsora pachyrhizi em soja voluntária no Brasil e no Paraguai. Também foi observada a ocorrência no kudzu (Pueraria lobata), hospedeiro alternativo do fungo e em coletores. Ainda não há casos em lavouras comerciais da oleaginosa.
No Paraguai o trabalho é realizado pelo Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal de Sementes (SENAVE) que verificou a ocorrência da doença em plantas voluntárias de soja e kudzu, nos municípios de Capitán Meza e Pirapó, no departamento de Itapúa. “A orientação foi para que intensifiquem o monitoramento e que façam o controle no momento adequado, principalmente em lavouras mais avançadas e se as condições climáticas estiverem favoráveis, em razão da presença de inóculo na região”, explica a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja.
No Brasil, os coletores do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR – Paraná) detectaram esporos do fungo causador da ferrugem, no dia 26 de outubro, em Santa Helena, região oeste do Paraná. “A identificação de esporos é um indicativo da presença de inóculo na região, indicando a necessidade de intensificação de monitoramento nas lavouras, principalmente as que foram semeadas cedo”, orienta Cláudia Godoy.
Neste mesmo período, na safra anterior, a pesquisadora explica que não haviam relatos da doença, provavelmente em razão da estiagem que atrasou a semeadura das lavouras. “Em 2021, as chuvas iniciaram mais cedo e a entrada de frente frias, com chuvas e ventos, favoreceram a dispersão de esporos de fontes de inóculo que sobraram no inverno”, avalia Cláudia.
Quando o vazio sanitário não consegue eliminar totalmente as plantas voluntárias e os hospedeiros alternativos, estes podem sobrar e servir de inóculo para doença na safra. “Por isso, é necessário o produtor monitorar sua lavoura e acompanhar a ocorrência de esporos no site do IDR-Paraná e no site do Consórcio Antiferrugem, uma vez que o fungo se dissemina pelo vento”, alerta.
Por: Agrolink –Eliza Maliszewski