Aneel notifica Energisa a tirar cobrança de imposto que pode deixar conta de luz 4% mais barata em MS
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) notificou a Energisa – concessionária de energia que atende 74 cidades de Mato Grosso do Sul – a retirar da base de cálculo a cobrança do ICMS sobre o PIS e Cofins, sob risco de sofrer penalidades. A medida deve deixar a conta de luz até 4,1% mais barata. O ofício foi enviado no dia 26 de agosto a 54 concessionárias de todo o país.
A retirada dos impostos deveria ter sido efetivada em maio de 2021, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) julgou inconstitucional a cobrança, que é realizada por todas as concessionárias do país, com exceção da Copel-PR.
O caso é acompanhado pelo Concen (Conselho de Consumidores na Área de Concessão da Energisa). A partir da orientação e nota técnica expedidas pela Aneel vamos cobrar com urgência a retirada dos impostos sobrepostos”, declarou a presidente Rosimeire Costa.
Conforme Rosimeire, a Energisa já deveria ter se adequado às novas normas. “A partir do momento que recebeu [o ofício], tem que parametrizar o algoritmo e informar esse cálculo”, explicou.
De acordo com o ofício circular da Aneel, “todas as distribuidoras de energia elétrica, mesmo aquelas que não ajuizaram ações sobre o tema, devem passar a recolher as contribuições ao PIS e à COFINS com a exclusão do ICMS na base de cálculo. Também estabelece, em caso de descumprimento, aplicação de penalidades, “nos termos da legislação vigente’.
A reportagem entrou em contato com a Energisa-MS, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.
Escalada no preço da conta de energia
A maior crise hídrica dos últimos 91 anos levou o país a adotar uma nova bandeira tarifária, a de escassez hídrica, que começou a valer em setembro e adiciona R$ 14,20 às faturas para cada 100 kW/h consumidos.
O último reajuste concedido pela Aneel para as contas de luz da Energisa foram em abril deste ano, com alta de 8,9%.
Na sequência, em junho, os consumidores já começaram a amargar a bandeira vermelha e, depois, outra cobrança adicional na conta com a bandeira de escassez hídrica.
Para piorar, cálculos preliminares da Aneel apontam que as tarifas de energia podem subir, em média, 16,68% no ano que vem
Veja abaixo o histórico de reajustes da Energisa-MS dos últimos anos:
- 2020 – 6,9%
- 2019 – 12,39%
- 2018 – 9,87%
A Energisa atende 74 municípios de Mato Grosso do Sul e chega a mais de 1 milhão de consumidores.
*Midiamax – Gabriel Maymone