Sete são presos por corrupção e desvios de mais de R$ 23 milhões na prefeitura de Maracaju

Foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (22), por equipes da Dracco (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado) a Operação Dark, que cumpre mandados contra o desvio de R$ 23 milhões de cofres públicos da cidade de Maracaju, a 160 quilômetros de Campo Grande.

São cumpridos seis mandados de prisão temporária, havendo mais um mandado de prisão temporária em aberto, já que o investigado é considerado foragido, além de cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão.

Ainda foram feitos o bloqueio de bens, além de outras medidas cautelares determinadas pela Justiça. A ação mira servidores públicos que atuaram no alto escalão do executivo municipal nos anos de 2019/2020, bem como, empresários e empresas com envolvimento no esquema.

Foi constatado a criação de uma conta bancária de fachada, diversa da oficial e não declarada aos órgãos de controle interno e externo do município, por onde foram promovidos mais de 150 repasses de verbas públicas em menos de 1 ano.  A partir de negócios jurídicos dissimulados, integrantes do alto escalão da prefeitura emitiram mais de 600 lâminas de cheques, que totalizaram mais de R$ 23 milhões, a empresas, sem qualquer lastro jurídico para amparar os pagamentos.

Muitas das empresas beneficiárias dos valores não mantinham relação jurídica com a prefeitura – licitação, contrato ou meio legal que amparasse a transação financeira. Além disso, não havia emissão de notas fiscais e os valores não eram submetidos a empenho de despesas, operações legais que devem ser observadas pelos entes públicos.

Foram encontrados alvos no estado do Paraná que acabou localizado e preso em um hotel da cidade. As ações foram realizadas em Maracaju, Corumbá, Ponta Porã e Campo Grande e envolveram 60 policiais civis do Estado e ainda na cidade de Umuarama através de uma equipe da PCPR.

Nome da operação

A expressão Dark Money é uma alusão à natureza do dinheiro fruto da corrupção sistêmica que atinge setores públicos e perpetrada por seus gestores.

 

Thatiana Melo MIDIAMAX