Soja caminha de lado na manhã desta 3ª feira em Chicago aguardando novos boletins do USDA

A terça-feira (12) é de relatórios do USDA (Departamento de Agruicultura dos Estados Unidos) e, portanto, o mercado da soja na Bolsa de Chicago registra uma nova sessão de pouca movimentação na manhã de hoje. Os futuros da oleaginosa subiam entre 1,75 e 2,25 pontos nas posições mais negociadas. O vencimento maio/16, que é referência para a safra do Brasil, era negociado a US$ 8,65 por bushel.

Como tradicionalmente acontece, em dias em que o departamento atualiza alguns de seus números – nesta terça-feira chegam os mensais de oferta e demanda e também os estoques trimestrais de grãos dos EUA – o mercado caminha de lado e esperando as novidades para definir melhor uma direção.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira, onde o destaque foram os preços no mercado interno que, bastante descolado de Chicago, registrou alguns recordes no interior do país.

As cotações nominais da soja no mercado interno bateram seus recordes em algumas praças de comercialização do Brasil nesta segunda-feira (11). No Médio-Norte de Mato Grosso, por exemplo, a oleaginosa disponível registrava valores que variavam entre R$ 68,00 e R$ 70,00 por saca, segundo relatou Vlamir Brandalizze.

Um levantamento do economista André Bittencourt Lopes, do Notícias Agrícolas, mostra que a média de preços de compra da soja no estado – considerando algumas das principais praças de comercialização – subiu 22% na primeira semana de janeiro deste ano em relação ao mesmo período de 2015, passando de R$ 54,03 por saca para R$ 65,73. Já a média de preços de venda, no mesmo período, registrou um avanço 26%, ao subir de R$ 55,60 para R$ 70,13, como mostram os gráficos a seguir.

Segundo relatou o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, o cenário se repete em quase todas as regiões produtoras do país e, em praticamente todas elas, já remunera melhor o produtor brasileiro do que nas exportações. “O diferencial no preço pago ao produtor de soja, neste momento, vem da logística. A lotes na região de Passo Fundo/RS sendo negociados a R$ 83,00, enquanto no porto, onde os preços estão entre R$ 84,00 e R$ 85,00, o produtor recebe algo perto de R$ 81,00”, explica.

Não há oferta disponível para toda a demanda ativa para a soja brasileira e os preços respondem, além de tirar os vendedores do mercado. Da safra 2014/15 já não há mais produto e a chegada do grão da 2015/16 está atrasado, principalmente em Mato Grosso, por conta do atraso na colheita, consequência do atraso no plantio em decorrência das adversidades climáticas.

Assim, ainda de acordo com o consultor, os preços mais elevados não são reflexo, propriamente dito, das perdas que devem ser amargadas pela colheita brasileira, mas pelo momento de entressafra mais disputado do que se esperava. “Essas altas são normais no período de entressafra, ainda mais porque o Brasil vendeu “mais do que deveria” em dezembro e agora não tem oferta. Não temos produto e temos demanda”, diz.

O dólar é outro componente que estimula esse descolamento do mercado brasileiro dos negócios que acontecem em Chicago. A moeda norte-americana, nesta segunda-feira, porém, teve um dia fraco e uma sessão de baixo volume de negócios, mas ainda assim fechou o dia em alta e acima dos R$ 4,00.

A divisa fechou o pregão a R$ 4,0517 na venda, com alta de 0,28%. “O fluxo está muito pequeno e o viés global é de alta do dólar”, resumiu o especialista em câmbio da corretora Icap Italo Abucater à agência de notícias Reuters. Na mínima do dia, o dólar foi a R$ 4,0021 e chegou a operar em queda.

Com essa falta de direção apesar das oscilações tímidas, a soja disponível no porto de Rio Grande fechou com queda de 1,76% a R$ 83,50, enquanto a futura subiu 0,62% para R$ 81,50. Em Paranaguá, estabilidade em R$ 83,50 e R$ 78,50, respectivamente.

Bolsa de Chicago

O mercado internacional da soja fechou a sessão desta segunda-feira (11) com estabilidade na Bolsa de Chicago. O primeiro vencimento – janeiro/16 – fechou com pequena alta de 1,75 ponto a US$ 8,81 por bushel, enquanto os demais contratos perderam de 3,50 a 4,25 pontos, com o maio/16, referência para a safra do Brasil, valendo US$ 8,64. “Sessão de proteção e de ajustes a desta segunda-feira”, diz Vlamir Brandalizze.

A sessão é, tradicionalmente, de estabilidade, já que os traders se ajustam para receber novos dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que serão reportados nesta terça-feira, dia 12 de janeiro. Ao mesmo tempo, o mercado sente ainda a melhora do clima na América do Sul e as especulações sobre a nova safra, portanto, perdendo um pouco de terreno nos negócios deste início de semana.

Em contrapartida, boas notícias da demanda equilibram a balança, mesmo que forma mais comedida. O USDA anunciou, nesta segunda, duas vendas de soja da safra 2015/16, sendo uma de 120 mil toneladas para a China e mais 248 mil para destinos desconhecidos.

“Com a melhora do clima na América do Sul, as chances de um novo rally nos preços da soja se voltam para os boletins que o USDA traz neste dia 12, porém, ainda os dados ainda devem ser insuficientes para conter a baixa sazonal que acontece em fevereiro”, explica Bryce Knorr, analista de mercado e editor do site internacional Farm Futures.

Fonte: Notícias Agrícolas