Depois de quase oito meses de campanha de imunização contra o coronavírus, não é mais novidade que a vacina tem eficácia contra casos graves e mortes. Mesmo diante do risco, ainda há quem fuja da vacinação, o que pode acabar mal. Em Mato Grosso do Sul, a cada cinco mortes, quatro são de pessoas que não se vacinaram. A informação foi divulgada pelo titular da SES (Secretaria de Estado de Saúde), que também comentou sobre o aumento de mortes entre idosos e a resistência para tomar a 3ª dose.
Em entrevista ao Jornal Midiamax, o secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, explicou que os não vacinados são maioria entre as mortes por coronavírus no Estado.
“Temos o percentual dos óbitos, mais de 80% das mortes são de pessoas que não vacinaram. A isso também se agregam aqueles que têm a partir de 60 anos, tomaram as duas doses, mas apresentam uma queda vertiginosa da imunidade adquirida”, explica Resende.
O secretário comentou que houve um aumento de mortes entre idosos no Estado. Como já estava avançado na campanha de imunização, MS pôde começar a aplicar a 3ª dose em idosos antes dos outros estados.
Contudo, apesar da eficiência na aplicação de doses, o Estado tem enfrentado baixa adesão na aplicação da dose de reforço. “Infelizmente, temos tido uma resistência, famílias não levam os idosos para vacinar. Estão resistindo a tomar a dose de reforço, então faço um apelo para que possam procurar uma unidade de saúde para ao menos readquirirem a imunidade da vacina”, reforça o titular da SES.
Idosos são maioria entre os mortos
Um estudo da SES já havia mostrado sobre o aumento das mortes entre os idosos. Dados analisados pelo Jornal Midiamax nas últimas duas semanas, com base nos boletins epidemiológicos da SES, apontaram que os idosos correspondem a 66% das mortes por covid recentes. Em 14 dias, foram 171 mortes, sendo 114 de idosos.
Analisando os idosos vítimas do coronavírus na segunda quinzena de agosto, é possível notar que a maioria deles tinha alguma comorbidade. De 114 idosos mortos, somente 12 não tinham nenhuma comorbidade relatada. Ou seja, 89,4% das pessoas acima dos 60 anos vítimas da covid tinham alguma doença. As comorbidades mais presentes em pessoas vítimas da covid são a doença cardiovascular crônica, diabetes, hipertensão arterial, obesidade e doença respiratória crônica.
Entenda por que idosos precisam da 3ª dose
Um levantamento da SES apontou que as mortes por coronavírus voltaram a aumentar entre os idosos em Mato Grosso do Sul. As mortes acontecem mesmo em idosos com o ciclo vacinal completo e, segundo o levantamento, a idade é um fator de risco independente para o agravamento da Covid-19, onde o sistema imunológico responde menos à produção de anticorpos.
“Ou seja, um indivíduo a partir de 60 anos de idade corre duas vezes mais risco de hospitalização ou óbito por Covid-19 em relação a um indivíduo mais jovem. E a situação progride conforme o aumento da faixa etária”, informou a secretaria, ao defender a 3ª dose.
*Midiamax – Mylena Rocha