Pela primeira vez, o gol mais bonito do ano não vem da elite do futebol mundial. Apoiado por uma forte campanha nas redes sociais, o brasileiro Wendell Lira saiu do modesto Campeonato Goiano, onde brilhou com uma meia bicicleta pelo ainda mais modesto Goianésia, para brilhar em Zurique. Eleito por voto popular, bateu Messi, Tevez e outros figurões, venceu o prêmio Puskas na festa de gala da Fifa e fez história.
“É o melhor dia da minha vida. Poder estar aqui conhecendo grandes jogadores que são meus ídolos, que conhecia só de videogame. Queria agradecer minha família, nação brasileira que votou em mim, minha esposa e minha filha”, disse Wendell Lira, que citou a Bíblia ao receber o prêmio.
“Queria deixar uma passagem. Quando Golias apareceu disseram: ‘ele é muito forte, grande, não tem como ganhar dele’. Davi disse: ‘Ele é muito grande, não tem como não acertar ele’. É assim que temos de enfrentar os problemas diários em nossa vida e é assim que agradeço”, disse o jogador, referindo-se à famosa história do mais fraco batendo o mais forte. .
O título do brasileiro é simbólico. Antes dele, a honraria só havia sido dada a gols marcados em campeonatos de ponta. Foi na Copa do Mundo, por exemplo, que James Rodriguez trilhou seu caminho para ganhar a disputa no ano passado. O mais longe do topo que o prêmio Puskas chegou desde 2009, quando foi criado, foi o Brasileirão (com Neymar, em 2011) e o Campeonato Turco (com Stoch, em 2012).
Wendell está tão distante do mundo de gala da Fifa que estava sem clube quando soube da indicação. Depois do golaço pelo Goianésia no Campeonato Goiano de 2015, ele ficou sem contrato e só arrumou emprego recentemente, no Vila Nova. Hoje ele vive seus minutos de fama global frequentando uma festa exclusiva ao lado de nomes como Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar, os finalistas da Bola de Ouro.
O caráter inusitado da escolha da Fifa fez dele uma estrela das redes sociais. Sua vitória foi “patrocinada” por sites populares que fizeram campanha ao longo dos meses para que ele vencesse. Como o prêmio é decidido pelo público, Florenzi (Roma) e Messi (Barcelona) não foram páreos para o brasileiro.
Do UOL, em São Paulo