Produtores iniciam a colheita da soja precoce em Sapezal (MT) e primeiras áreas tem produtividade de 35 scs/ha
Em Sapezal (MT), os produtores rurais iniciaram a colheita da soja precoce e os impactos do clima adverso já pode ser visto na produtividade das lavouras. Nas primeiras áreas, o rendimento médio está próximo de 35 sacas por hectare, contra a média da região de 52 sacas por hectare. No total, a produção a oleaginosa tem perda estimada entre 5% a 10%.
O presidente do Sindicato Rural do município, José Guarino Fernandes, ressalta que a localidade recebeu mais chuvas em comparação com outras cidades do estado. Contudo, o volume ficou abaixo da média e acabou comprometendo o desenvolvimento das plantas em algumas propriedades. “Tivemos muitos produtores que precisaram realizar o replantio. E em algumas áreas, os agricultores optaram por não semear o grão e fazer o investimento na cultura do algodão”, completa.
Nesse momento, as chuvas retornaram ao estado e amenizaram também as altas temperaturas. Ainda para a liderança sindical, as precipitações beneficiam as plantações que estavam sofrendo com a irregularidade climática e contribui para o potencial de recuperação das lavouras.
Comercialização da soja
Paralelamente, outra preocupação do produtor é em relação à entrega dos contratos feitos anteriormente. Em torno de 70% da produção estimada para Sapezal já foi negociada antecipadamente. Atualmente, a saca do grão está sendo cotada a R$ 70,00.
“Para essa safra, a situação está um pouco mais tranquila. Os custos estão mais ou menos definidos, porém, o quadro para a temporada 2016/17 é pior. Isso porque, com o câmbio a R$ 4,00, nós não temos perspectivas de aquisição de insumos. Se transformamos uma média de preços de R$ 60,00, teremos a saca a US$ 15 e ninguém paga a conta com esse valor”, ressalta Fernandes.
Milho Safrinha
Na safrinha de milho, os custos de produção também estão mais elevados. E cerca de 70% até 80% da produção já foi negociada, com preços próximos de R$ 20,00/sc. “Mas com a janela ideal de plantio estreita, há uma preocupação com a entrega dos contratos mais do que com a soja. Não sei se teremos tempo hábil para tirar a soja e plantar o milho. Porém, o produtor não terá escolha devido ao índice elevado de comercialização e se entrarmos o mês de março plantando, o risco será muito grande. A orientação é que agricultores tenham cautela com as negociações”, finaliza o presidente.