MS corre risco de receber menos vacinas do governo federal
Ministério da Saúde mudou o critério de distribuição das vacinas contra a Covid-19 e com isso, Mato Grosso do Sul passou a receber uma quantia menor dos imunizantes que outros estados.
A secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite explicou que o intuito é fazer uma “compensação” para equalizar o andamento da vacinação nas diferentes Unidades da Federação.
“Temos verificado que nas últimas remessas há uma diferença para menor das vacinas e nós de forma nenhuma, vamos aceitar”, defendeu o secretário Estadual de Saúde, Geraldo Resende, nesta semana.
Antes, as doses eram divididas proporcionalmente com base nos públicos prioritários. Agora, são enviadas a cada estado para a vacinação por faixas etárias.
Como Mato Grosso do Sul é o estado que mais vacina, as remessas chegaram com menos doses do que vinha recebendo.
“Já cobramos isto do Ministro da Saúde e estamos cobrando da Rosana Leite para fazer a recomposição do quantitativo de vacinas que Mato Grosso do Sul tem a receber”, completou Resende.
A última remessa que o Estado recebeu foi no dia 31 de junho, com 79.490 doses, sendo 43.290 da Pfizer e 36.200 da Coronavac.
“Calculamos o denominador através do censo de 2020 projetado através de faixa etária. Evidenciamos que alguns estados têm determinada cobertura, como São Paulo com 63% e Acre com 78% para 1ª dose acima de 18 anos”, afirmou Leite.
“Há disparidade neste sentido. Os que estão um pouco menos avançados receberão percentual para tentar equacionar”.
Segundo a secretária, a diferença pode ter sido causada por alguns fatores. Um deles é o fato de um determinado estado ter recebido mais por conta de ter mais pessoas dos públicos prioritários (como profissionais de saúde ou forças de segurança).
Houve também outros critérios, como áreas de fronteira em Mato Grosso do Sul.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, declarou que a dinâmica de distribuição das doses foi pactuada com as secretarias estaduais e municipais de saúde por meio das suas entidades, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Se o ritmo distribuição continuar desta forma, o Estado pode não atingir a meta de imunizar a maior parte da população no mês de agosto.
Conforme divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), foi feito um cronograma para vacinar 90% da população com 1º dose, e 50% com a segunda, até o dia 15 deste mês.
“Queremos ser o primeiro estado brasileiro a iniciar o processo de imunização dos nossos jovens adolescentes, para tanto vamos fazer todos esses esforços, e esperamos que o Ministério da Saúde também continue a fazer a remessa das doses proporcionalmente”, declarou Resende.
“Não vamos aceitar de nenhuma forma que possamos ser prejudicados, porque se a gente fez o dever de casa tão bem, agora não é hora de sermos prejudicados”, continuou.
*Correio do Estado , com informações de Agência Brasil, Gabrielle Tavares