Preços do frete devem subir com safrinha

Mato Grosso do Sul e Goiás devem ter pico de demanda e o Mato Grosso está estável

O Boletim Logístico, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), passa a analisar também as principais rotas do mercado de fretes de grãos nos estados de Mato Grosso do Sul e de Goiás. Antes as informações contabilizadas eram apenas sobre o mercado em Mato Grosso. Os três estados são responsáveis pela produção de cerca de 49% de milho e soja do país.

 

No Mato Grosso do Sul há uma expectativa de alta nos preços ofertados pelo serviço de frete, conforme a colheita do milho 2ª safra avance. No entanto, essa elevação pode sofrer impactos das condições climáticas adversas registradas nas lavouras do estado. A expectativa é que o incremento nas cotações não seja tão significativo, mesmo no pico da colheita, uma vez que as perdas da safra em função do clima desfavorável devem reduzir o volume a ser escoado. Em junho houve redução na maioria das rotas pesquisadas em relação ao mês de maio.

Cenário semelhante deve ser encontrado pelos produtores em Goiás. No estado goiano, o pico da demanda por serviços de frete inicia entre o fim do mês de julho e início de agosto, quando a maior parte da produção de milho desta 2ª safra estará colhida. No entanto, pelo menos na região produtora dos municípios de Catalão, Cristalina e Bom Jesus de Goiás, que vem sendo estimada de modo geral em 40%, a demanda por transporte deve ser reduzida, provocando, a exemplo do Mato Grosso do Sul, um menor impacto altista nas cotações de frete.

 

Em Rio Verde, o terminal ferroviário está sendo o principal destino do milho oriundo, nesse momento, da região do Vale do Araguaia, onde a colheita já se iniciou. Estima-se que este terminal absorva algo em torno de 50% do movimento daquela região, destinado à exportação. No entanto, mesmo com a previsão de queda na colheita do milho, o volume de transporte do grão das fazendas aos armazéns dos cerealistas e cooperativas tende a liberar a soja que ainda não foi comercializada em direção aos portos.

Já em Mato Grosso, o panorama é contrário a estes estados. O aumento da área plantada, em conjunto com estimativa de redução moderada de rendimento médio, resultante da heterogeneidade das lavouras mato-grossenses, devem culminar em produção perto da estabilidade. Com isso, a produção da segunda safra do cereal no Mato Grosso deverá ser próxima da obtida no ciclo passado, o que movimentará o mercado de frete rodoviário, com decorrente aumento dos valores para fechamento das negociações.

 

Por: AgrolinkEliza Maliszewski