Mudança climática diminui safra de grãos em MS

Na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou seu 10º levantamento da safra de grãos e, mais uma vez, apontou a redução da produção de Mato Grosso do Sul.

Dados da companhia atestam que o Estado deve produzir 18,88 milhões de toneladas de grãos na safra 2020/2021, 1,6 milhão de toneladas a menos no comparativo com o desempenho da safra 2019/2020, de 20,54 milhões de toneladas.

A estimativa no oitavo levantamento da companhia, publicado em maio, apontava que MS chegaria à produção recorde de 22,28 milhões de toneladas, crescimento de 8,5% no comparativo com o ciclo anterior. O levantamento registra o desempenho das principais culturas produzidas pelos estados.

Conforme já adiantado pelo Correio do Estado, a temporada de milho deste ano foi prejudicada pelos problemas climáticos. Após enfrentar estiagem e geadas, o Estado já reduziu duas vezes as estimativas de produção do cereal, passando de 9 milhões de toneladas para 6,2 milhões de toneladas, conforme o último levantamento.

Já a projeção de aumento de área semeada em Mato Grosso do Sul se mantém: a estimativa é de que sejam cultivados 5,42 milhões de hectares, o equivalente a uma variação positiva de 7,9% em comparação à safra anterior, quando foram registrados 5,02 milhões de hectares no Estado.

A produtividade por hectare também será afetada, segundo a Conab. No ciclo passado, o Estado produziu 4.085 kg por hectare, na safra atual a estimativa é de 3.480 kg/ha, redução de 14,8%.

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MILHO E SOJA

Os dados da Conab apontam conclusões diferentes das divulgadas pelas entidades locais. Na safra de soja 2020/2021, a companhia registra produção de 11,43 milhões de toneladas da oleaginosa, ante 11,36 milhões de toneladas no ciclo anterior.

Já de acordo com os dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga MS), a soja safra 2020/2021 registrou recorde de produção.

Segundo o registro local, foram colhidas 13,30 milhões de toneladas da oleaginosa, ante 11,32 milhões de toneladas colhidas no ciclo anterior, crescimento de 17,49%. A maior colheita de soja da história do Estado.

Quanto à produção do milho segunda safra, os dados da Conab são mais positivos do que os locais. De acordo com a companhia, a produção da safrinha deve encolher 19,8%, saindo de 8,648 milhões de toneladas no balanço 2019/2020 para 6,934 milhões de toneladas neste ano.

Para as entidades regionais, a redução será ainda maior. A estimativa atual é de colher 6,21 milhões de toneladas do cereal, ante 10,61 milhões de toneladas colhidas no ano passado.

NACIONAL

No País, a expectativa é de que a produção atinja 260,79 milhões de toneladas no período 2020/2021. O volume total a ser colhido é 1,5% superior à safra passada, quando o Brasil colheu 257,01 milhões de toneladas.

Principal cultura cultivada na segunda safra, o milho deve apresentar uma redução na produtividade impactado pela baixa ocorrência de chuvas e o impacto das geadas em alguns lugares do País.

Com isso, a estimativa é de que a produção total do cereal chegue a 93,38 milhões de toneladas, redução de 9% sobre a produção de 2019/2020.

A soja tem novo recorde estimado em 135,91 milhões de toneladas, 8,9% superior à produção da safra 2019/2020.

 

 

*Correio do Estado – Súzan Benites