O governo de Mato Grosso do Sul já discute a vacinação de adolescentes com idade escolar, entre 12 e 17 anos, contra a Covid-19.
A informação foi confirmada pelo secretário de Infraestrutura e também gestor presidente do Programa de Saúde e Segurança na Economia (Prosseguir), Eduardo Riedel, em entrevista ao Correio do Estado.
Ao ser perguntado se o governo de Mato Grosso do Sul adotaria prática já anunciada por outros estados, como São Paulo, Riedel disse: “Aqui também essa discussão está aberta”, afirmou.
O gestor do Prosseguir apenas ponderou que uma iniciativa como essa só seria implementada depois que a população adulta fosse vacinada.
“É importante ressaltar que antes temos de imunizar a população com mais de 18”, frisou Riedel.
A estimativa do secretário de Saúde do Estado, Geraldo Resende, é de que até o mês de agosto deste ano cerca de 70% da população do Estado tenha recebido ao menos uma dose das vacinas contra a doença e que 50% esteja completamente imunizado, com as duas doses ou a dose única.
Riedel disse que já discute com sua colega titular da Pasta da Educação, Maria Cecília Amendola da Motta, a estratégia para o retorno às aulas presenciais, agendado para o dia 2 de agosto.
“Cecília [secretária de Educação] me diz muito isso: olha o prejuízo que esta distância da sala de aula está causando às famílias e às crianças”, avaliou o secretário, sobre o período de 1 ano e 4 meses dos 240 mil alunos da rede estadual longe das escolas.
“IRREVERSÍVEL”
Riedel também afirmou que, com o cenário de baixa taxa de contágio em todo o Estado e com a redução da demanda de leitos hospitalares, aliados à vacinação acelerada, é praticamente irreversível a decisão de voltar às aulas, ainda que semipresencialmente, no dia 2 de agosto.
“Não adia mais. Já estamos com praticamente todos os professores imunizados e ainda reformamos a maioria das escolas”, sacramentou.
O secretário de Infraestrutura destacou que aproximadamente 200 escolas foram reformadas no Estado durante a pandemia, e que até o fim de 2022 outras 150 serão reformadas, um alcance de quase 100%.
Para o retorno dos alunos às escolas públicas estaduais, o governo deve oferecer itens de biossegurança, como máscara e álcool em gel, aos alunos. “Vamos retomar as aulas com muita segurança e biossegurança”, explicou.
Segundo a secretária de Educação, a expectativa é grande para que os jovens também recebam vacinas contra a Covid-19.
“Se depender de mim, com certeza [os alunos serão vacinados], a hora que a ciência falar ‘vacina’, a gente vacina. Se a ciência falar ‘não vacina’, a gente não vacina. Temos toda uma parte científica que tem de dar respaldo para atitudes, ações e decisões que tomamos. Nossas decisões são sempre fundamentadas na ciência”, declarou Maria Cecília.
194,7 mil
A Rede Estadual de Ensino tem hoje 194,7 mil estudantes matriculados regularmente, que estudam em 347 escolas em todo o Estado. Esses estudantes estão em aula remota desde o dia 23 de março de 2020, devido à pandemia.
RETORNO
A volta das aulas presenciais nas escolas estaduais, marcada para o dia 2 de agosto, vai ser guiada pelo bandeiramento estabelecido pelo Prosseguir, com isso, as cidades que estiverem na bandeira cinza, grau extremo na pandemia, iniciarão as aulas com 30% dos estudantes em sala.
Na bandeira vermelha, de alto risco para contágio e propagação da Covid-19, as escolas devem ter 50% dos alunos.
Já na bandeira laranja, grau médio, 70% dos alunos devem estar em sala de aula. A bandeira amarela, de contaminação tolerável, sinaliza que as escolas podem colocar até 90% dos alunos.
Já no grau mais baixo do programa, quando o município apresenta bandeira verde, as aulas podem ser 100% presenciais.
“Da mesma maneira que vamos respeitar os protocolos de biossegurança, os ônibus também vão respeitar, de acordo com a bandeira. A gente não tem mais como não ter aula presencial. Ou com 50%, 90%, dependendo da bandeira, vamos voltar para escolas, sim”, enfatizou Maria Cecília.
“Elas estão prontas, organizadas, reparadas e com todo o material de biossegurança, para que a família fique tranquila, porque vamos acolher com toda a biossegurança possível”, completou.
A data do retorno foi escolhida duas semanas após a volta do recesso escolar, que termina na segunda-feira (19).
Os alunos permanecerão duas semanas em atividades remotas, já os professores e profissionais administrativos retornarão às instituições.