Municípios de MS perderam mais de 4,6 mil doses de vacinas contra Covid

Dados oficiais da secretaria estadual de Saúde (SES) apontam que Mato Grosso do Sul perdeu 4.615 doses de vacinas contra a Covid. 28 cidades do estado reportaram a perda de doses de imunizantes ao sistema de informações.

A cidade que mais “perdeu vacina” foi Três Lagoas (MS), sendo 661 doses a menos do quantitativo repassado pela SES. Em segundo lugar, fica a cidade vizinha da Capital, Sidrolândia (MS), com 653 doses perdidas. Já na terceira posição aparece o município de Paranaíba (MS) expressando o déficit de 636 doses. Veja lista completa abaixo:

Cidades que perderam doses da vacina contra Covid, em Mato Grosso do Sul

 

Municípios Doses perdidas
Três Lagoas 661
Sidrolândia 653
Paranaíba 636
Terenos 495
Coxim 401
Mundo Novo 362
Amambai 251
Bataguassu 226
Rio Brilhante 157
Costa Rica 142
Vicentina 142
Aquidauana 99
Maracaju 58
Jaraguari 56
Nioaque 47
Selvíria 38
Porto Murtinho 30
Taquarussu 29
Jateí 25
Glória de Dourados 17
Dois Irmãos do Buriti 15
Fátima do Sul 14
Itaporã 14
Alcinópolis 13
Bodoquena 12
Paranhos 10
Ponta Porã 8
Santa Rita do Pardo 4

Por meio de nota, a SES explicou que os municípios devem reportar à pasta e ao Ministério da Saúde o destino das vacinas, sejam elas aplicadas ou não. A SES destaca que a obrigação de abastecer os sistemas de dados é de cada município, então, é da responsabilidade de cada uma das 79 cidades de Mato Grosso do Sul a perda das doses.

Como exemplo, de acordo com os dados do Mais Saúde, Três Lagoas recebeu 72.585 doses e no sistema reportou que 66.942 foram aplicadas, 4.982 estão em depósito e 661 foram perdidas.

Ainda utilizando Três Lagoas como exemplo prático, se a cidade recebeu 72.585 doses, a administração dos imunizantes deve explicar o destinado de cada uma das doses. A SES fala que o campo “doses perdidas”, no sistema de dados, foi criado para os municípios poderem reportar as “perdas operacionais”, que devem ser justificadas uma a uma.

Na nota, a secretaria explica que “entre as justificativas estão frascos que vieram com menos doses que o previsto, quebra de frasco, aumento da temperatura indicada, vencimento do produto e saldo de frasco sem uso”.

O G1 entrou em contato com as três cidades que mais reportaram “doses perdidas” a fim de entender os motivos de cada um dos municípios. Três Lagoas, que aparece em 1º lugar, não respondeu aos questionamentos até o fechamento desta reportagem.

A chefe de imunização em Sidrolândia, Alana Furtado, mencionou que receberam recomendação da SES para reportar as “doses perdidas” quando os frascos de imunizantes vieram com menos doses do que o esperado.

Furtado destacou que o maior problema de “doses perdidas” foi em relação com a vacina CoronaVac. “Alguns frascos de CoronaVac, ao invés de vir 10 doses, vieram 9. Como temos que prestar contas do quantitativo enviado pelo Ministério da Saúde, a secretaria estadual de saúde orientou a reportar esta falta como ‘perda de doses’. Se não reportasse ficaria no meu estoque. Se eu não desse baixa neste quantitativo, pareceria que eu ainda tinha doses no meu estoque”, explicou.

Celso Costa, responsável pela vacinação contra Covid em Paranaíba também compartilhou o problema com os frascos com menos doses da CoronaVac. Costa explicou que recebeu a orientação da SES, para assim reportar as perdas de vacinas, para ficar em conformidade com a quantidade de vacinas recebidas.

Nota da SES na íntegra:

“A Secretaria de Estado de Saúde explica que o campo “doses perdidas” foi criado para os municípios poderem relatar as perdas operacionais. Ao inserir as doses no campo “doses perdidas” o município precisa justificar o ocorrido. Entre as justificativas estão frascos que vieram com menos doses que o previsto, quebra de frasco, aumento da temperatura indicada, vencimento do produto e saldo de frasco sem uso”.

Por José Câmara, G1 MS