Oxford começa a testar ivermectina como tratamento para a Covid-19

Tratamento Precoce

Sem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso da ivermectina fora da prescrição da bula, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), reiterou que o fármaco não deve ser administrado como tratamento precoce para a Covid-19.

“A SBI não recomenda tratamento farmacológico precoce para Covid-19 com qualquer medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal, dióxido de cloro), porque os estudos clínicos randomizados com grupo controle existentes até o momento não mostraram benefício” afirma o último documento de diretrizes clínicas da entidade, publicado em dezembro passado.

Segundo Mauro Schechter, professor titular de infectologia da UFRJ, não faz sentido que defensores da cloroquina comemorem a inclusão da ivermectina numa pesquisa de Oxford, porque ensaios clínicos da universidade britânica estão entre os que mais contribuíram para a desrecomendação da cloroquina, outra droga testada e reprovada para o tratamento de coronavírus.

“Isso é um contrassenso completo, porque se eles valorizassem Oxford tanto assim, eles reconheceriam que para a universidade, a cloroquina não funciona”, frisou o médico.

Segundo Schechter, com base no status atual de evidências, é legítimo que alguns cientistas queiram ampliar os testes clínicos da ivermectina.

Em sua opinião, porém, não é uma aposta com grande chance de sucesso, pois os estudos que sinalizaram efeito positivo não tiveram auditoria externa e não passaram em revisão por pares nos periódicos científicos mais rigorosos.

“A dose que se mostrou eficaz contra o coronavírus nos estudos in vitro, em teoria, é alta demais para uso em humanos, e pode se mostrar tóxica. É improvável que uma dosagem menor funcione, mas nós só teremos certeza com o resultado dos testes”, explicou o infectologista.

 

 

 

 

*Correio do Estado, com informações do Estadão