Queiroga anuncia chegada de 1,5 milhão de doses da vacina da Janssen ao Brasil nesta terça
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira (21) que 1,5 milhão de doses da vacina da Janssen devem chegar ao Brasil na manhã desta terça (22).
A declaração foi dada durante audiência pública na Comissão Temporária da Covid-19 no Senado. Segundo Queiroga, essa carga faz parte da antecipação de doses que vinha sendo negociada com a Janssen – havia uma previsão do envio de 3 milhões de doses, que não se concretizou (veja abaixo).
“Em relação à vacina da Janssen, essas vacinas estavam previstas no nosso calendário para o último trimestre do ano. Eram 38 milhões de doses. Inicialmente, negociamos com a Janssen e eles iriam nos antecipar na semana passada três milhões de doses. Lamentavelmente não foi possível a chegada dessas três milhões de doses”, disse Queiroga.
“Mas eu já antecipo em primeira mão que amanhã deve chegar no aeroporto de Viracopos, de Guarulhos, 1,5 milhão de doses da vacina Janssen. São vacinas úteis, como as outras, mas essa é uma dose única que permite uma imunização mais rápida”, continuou.
De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, a pasta ainda negocia a chegada de doses adicionais.
“Esse quantitativo que o ministro indicou, de 1,5 milhão de doses, estamos trabalhando ainda para tentar algumas confirmações ainda essa semana para doses adicionais desse novo imunizante, que passará a integrar então o PNI (Programa Nacional de Imunização)”, afirmou.
Rodrigo Cruz também informou que o Brasil pode receber, até o fim deste mês, 1 milhão de doses adicionais da CoronaVac produzidas na China. Esse lote viria junto com o princípio ativo que deve chegar na próxima quinta (24) para a fabricação das doses no Instituto Butantan, em São Paulo.
“Então, haverá, sim, 1 milhão de doses adicionais do imunizante CoronaVac, que virá já dentro da seringa, pronto para aplicação. Estamos em fases finais com relação a essas tratativas”, declarou Cruz.
Primeira dose pra todos até setembro
Além da chegada da vacina da Janssen, Queiroga também informou nesta segunda o cronograma de chegada de todos os imunizantes nos próximos meses.
Segundo ele, em julho chegarão mais 40 milhões de vacinas no país, e para agosto e setembro a expectativa é de 60 milhões em cada um desses meses. Pelos cálculos do ministro, portanto, a previsão é de mais 160 milhões de doses até setembro.
De acordo com Queiroga, o quantitativo permite afirmar que toda a população vacinável – ou seja, acima de 18 anos – estará vacinada com a primeira dose até setembro deste ano. Ele reafirmou que os brasileiros adultos serão vacinados com as duas doses até dezembro.
Remessa adiada
Até a última semana, o Ministério da Saúde esperava receber um lote de 3 milhões de doses. Na sexta, no entanto, Marcelo Queiroga informou que a carga não chegaria e apontou “questões regulatórias” dos Estados Unidos como motivo para o atraso.
Ao todo, o governo brasileiro comprou 38 milhões de doses da vacina da Janssen, que é aplicada em dose única.
Em março, quando o contrato foi anunciado, a previsão era a entrega de 16,9 milhões de doses no 3º trimestre e outras 21,1 milhões de doses no quarto trimestre de 2021. O contrato da Janssen prevê também o valor de US$ 10 por dose, e um pagamento US$ 95 milhões na primeira parcela.
Prazo de validade ampliado
A chegada das doses da Janssen impacta nas estratégias de vacinação de todo o país. Isto porque os lotes terão prazo de validade até agosto.
A validade inicialmente considerada pelo governo federal era de até 27 de junho. No entanto, uma avaliação técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou que os imunizantes podem ser utilizados até 8 de agosto, desde que armazenados em temperatura de 2° a 8°C.
A agência de regulação sanitária norte-americana (FDA) também já havia prorrogado a validade das doses da Janssen, de três meses para quatro meses e meio.
Como o imunizante é aplicado em dose única, uma aplicação da vacina da Janssen equivale a duas doses das demais vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil (Pfizer, CoronaVac e AstraZeneca).
Por Marcela Mattos, G1 — Brasília