Buscas a Lázaro entram no 10° dia com ao menos 11 propriedades invadidas e 4 pessoas que foram feitas reféns pelo suspeito
As buscas a Lázaro Barbosa, de 32 anos, suspeito de fazer uma chacina em Ceilândia, no DF, entram no 10° dia, nesta sexta-feira (18). Ao iniciar a fuga, ele tem deixado rastros de destruição em Cocalzinho de Goiás, onde está escondido em matas e rios, segundo a polícia. São ao menos 11 propriedades invadidas, 4 pessoas feitas reféns (todos resgatados) e mais 4 trocas de tiros, com policiais e um caseiro (leia abaixo).
O G1 solicitou dados de balanço da operação policial ao secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, na manhã desta sexta-feira por mensagem, e aguarda resposta.
O balanço, no entanto, é uma estimativa com relatos de policiais e de moradores, já que podem ter ocorrido invasões ainda não registradas ou informadas por moradores, conforme acontece ao longo das buscas.
A operação foi retomada na manhã desta sexta-feira pela força-tarefa com mais de 200 policiais e aguarda a chegada de mais homens da Força Nacional. Até este momento, tropas de elite das polícias Civil (GT3), Militar (Bope e Rotam), Federal (COT) e Rodoviária Federal (PRF) integram os grupos de caça e são apoiados por helicópteros, cães farejados e drones com visão térmica.
Na quinta-feira (17), policiais encontraram um colchão dentro da mata, que pode ter sido usado pelo fugitivo para dormir.
O mapa das cidades que Lázaro percorre para se esconder, Edelândia, Girassol e Cocalzinho de Goiás, mostra que ele percorreu cerca de 70km a pé pelas matas do estado, e algumas ocasiões com carros roubados de moradores, os quais abandonou pelo caminho ao avistar policiais.
O suspeito da chacina tem hábito de invadir casas rurais durante a noite para se alimentar e depois passar o dia escondido em matas e rios, conforme o perfil de fuga traçado pela polícia.
Ele é considerado “mateiro” pela SSP goiana, o que é uma pessoa experiente e conhecedora do mato, rios, grutas e esconderijos da região. A polícia identificou que Lázaro Barbosa dorme em árvores e usa os rios para se camuflar.
“Ele é da região [Entorno do DF] e é mateiro, acostumado a se ‘emburacar’ em vários pontos”, explicou o secretário Rodney Miranda.
Invasão a propriedades:
- Entrou uma fazenda, no sábado (12), atirou em três pessoas e colocou fogo em uma casa. Nesta ocasião, fez um caseiro refém, usou e obrigou a vítima a usar drogas;
- Após sair dessa fazenda, ele se dirigiu para a casa de um vizinho, onde voltou a fugir;
- Invadiu uma propriedade e furtou um carro para fugir, no domingo (13), mas o abandou ao avistar uma barreira policial;
- Um chacareiro disse à polícia que Lázaro entrou no local e trocou tiros com ele, na segunda-feira (14); o suspeito conseguiu fugir;
- Ainda no dia 14 de junho, Lázaro foi filmado no curral de uma fazenda entre os distritos de Edelândia e Girassol. A polícia acredita que ele passou a noite no local. O caseiro diz que o homem pediu comida, mas fugiu para a mata antes de comer.
- No dia seguinte, ele invadiu outra chácara de Edelândia e fez três pessoas reféns;
- No mesmo dia, em 16 de junho, ele foi visto em uma propriedade por um morador;
- Depois, uma moradora avisou à polícia que ele estaria em suas terras e agentes fizeram buscas no local (vídeo abaixo);
- Outra moradora relata em vídeo que o suspeito esteve em sua casa, arrombou a porta e pegou comida, mas deixou pertences de valor para trás;
- Um morador contou à polícia que ele passou pela fazenda de sua irmã e se escondeu no local. No vídeo, ele diz que esperava a passagem de Lázaro pela propriedade como rota de fuga, não há relatos de agressões ou ameaças;
- Um idoso de 78 anos acredita que teve a casa invadida pelo suspeito e mostrou uma porta com sinal de arrombamento.
Reféns em Cocalzinho:
- Lázaro fez um casal e a filha de 16 anos reféns por horas dentro de uma mata. Um vídeo mostra o momento que policiais retiram a família do local sob troca de tiros;
- Um boletim de ocorrência da PM-GO, registrado no dia em que ele atirou em pessoas numa fazenda, relata que um caseiro foi feito refém para se proteger da polícia e conseguir fugir.
Trocas de tiros:
- A primeira troca de tiros entre Lázaro Barbosa e a polícia em Goiás foi registrada em uma fazenda, onde ele atirou em pessoas e fugiu;
- Um caseiro contou à força-tarefa que enfrentou o suspeito e também trocou tiros com ele em uma fazenda;
- Houve troca de tiros durante o resgate da família feita refém;
- Um tiroteio foi registrado, na quinta-feira (17), na região onde aconteceram buscas por Lázaro Barbosa; moradores de Cocalzinho de Goiás relataram ter ouvido mais de 50 disparos;
Por Rafael Oliveira, G1 GO