De quatro a seis mortes por covid-19 ocorrem todos os dias em Ponta Porã e com isso, o Hospital Regional do município, segundo o prefeito Hélio Peluffo (PSDB), tem “empilhado corpos”.
Segundo o prefeito, em vídeo que circula nas redes sociais e filmado pelo portal Fronteira em Foco, o caos visto em outros locais do Brasil ocorre hoje em Ponta Porã, sendo que as funerárias não têm tido tempo de preparar os corpos para sepultamento devido à alta demanda.
Peluffo cita ainda que o Hospital Regional estaria empilhando corpos em câmara fria – que foi instalada ontem – e que é usada no lugar de necrotério e segundo ele, isso ocorreria devido o alto número de mortes.
O diretor-geral do hospital, Demétrius do Lago Pareja, confirma que tem havido aumento na quantidade de óbitos decorrentes de covid-19, mas nega que haja empilhamento de corpos.
Ele explica que a instalação da câmara fria decorre da necessidade de separar um local específico para os corpos de quem morre de covid e assim, o necrotério será usado apenas nos casos de pacientes que não morreram da doença.
“Instalamos a UTI Covid e a separamos do restante do hospital. A câmara fria está sendo usada exclusivamente pela ala covid”, explica. Segundo ele, apesar do aumento, a liberação dos corpos segue “fluxo normal”.
A reportagem entrou em contato com funerárias que atuam na cidade, mas nenhuma delas quis se manifestar sobre as declarações do prefeito nem sobre o aumento no número de óbitos.
O município está adotanto toque de recolher entre 20h e 05h, mas não aplicou lockdown em nenhum momento. Segundo relatos de quem vive na região, apesar das palavras duras do prefeito, a fiscalização é frágil, com moradores do município cruzando a fronteira para frequentarem bares de Pedro Juan.