Preço do etanol dispara no país, entende os motivos
Aumento se deve à estiagem que ocorreu no verão e à alta do preço do açúcar no mercado internacional.
Os preços do etanol dispararam nos postos de todo país em maio, segundo pesquisa realizada pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) entre os dias 1º e 21 deste mês. Na região Sul, por exemplo, foi possível encontrar o combustível por até R$ 6,494 o litro.
Na região Sudeste, por sua vez, o valor médio do etanol no acumulado do mês é de R$ 4,123, mas chegou a registrar até R$ 5,999.
Com o período de colheita da cana de açúcar e produção de álcool geralmente dentro do intervalo de abril e dezembro, o preço do etanol deveria estar em queda agora, mas não é isso que está acontecendo.
De acordo Mario Campos, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), os preços do etanol estão aumentando por conta da estiagem que ocorreu no verão.
“A produção não veio de forma consistente e, por isso, ocorreu um problema de oferta e demanda que fez os preços do combustível subirem”, explicou o executivo.
Apesar do cenário negativo para os consumidores, Campos pondera que houve produção — ainda que inferior à registrada nos anos anteriores — e, por isso, os preços devem cair em breve nos postos de combustível.
“A redução vai chegar às bombas nas próximas semanas nos mercados onde o etanol é mais competitivo, como São Paulo, Paraná e Minas Gerais. No entanto, a paridade de preços com a gasolina deve ser menos comum em função da safra ter sido menor”, disse.
Alta do açúcar no exterior
Além da seca no verão brasileiro, a disparada do açúcar no mercado internacional também está entre os principais motivos da valorização do etanol.
Com os preços em alta no exterior, os produtores preferem fabricar cana para exportar açúcar do que para produzir etanol.
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em abril, o Brasil exportou 1,904 milhão de toneladas de açúcares e melaços, 25,67% a mais do que em igual mês de 2020, quando foi embarcado um total de 1,515 milhão de toneladas.
Por Patrícia Basilio, G1