Conta de luz será cara durante o ano todo, com pior crise energética da história

Desde 2015 os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste não terminavam o período de chuvas com os piores níveis históricos. A situação de seis anos atrás deve se repetir e impactar diretamente no bolso do consumidor até o final deste ano.

A previsão para o futuro não é nada boa. Especialistas afirma que o país corre risco de racionamento no próximo ano se a seca persistir com o mesmo padrão. O problema já chegou ao conhecimento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Só avisando, a maior crise que se tem notícia hoje. Demos mais um azar, né? E a chuva geralmente (cai) até março, agora já está na fase que não tem chuva”, destacou.

O presidente da ABCE (Associação Brasileira de Companhias de Energia), Alexei Vivan, não tem um bom prognóstico para 2021. “Este ano vai ser um ano de bandeira vermelha. É uma confluência negativa para o consumidor, já prejudicado pela pandemia.”

A perspectiva de especialistas é que aconteça um aumento no preço das tarifas nos próximos meses. Já com a bandeira vermelha 1 adotada em maio, a previsão é que passe para a bandeira vermelha 2, que adiciona R$ 6,24 a cada 100 kWh.

O bolso do consumidor pode pesar ainda mais caso a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) prossiga com proposta para aumentar o custo das duas bandeiras vermelhas, que passariam a R$ 4,60 e R$ 7,57, respectivamente. O assunto era discutido em consulta pública até a semana passada.

No entanto, as bandeiras não são o único mecanismo de repasse do elevado custo das térmicas. Outra parte do gasto extra é paga na revisão tarifária das distribuidoras de energia, que ocorrem durante o ano.

Apesar da crise ser a pior dos últimos 91 anos, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o Brasil tem condições de garantir a segurança energética.

“Apesar das medidas excepcionais e da crise hidrológica que nós estamos vivendo, nós temos condições de garantir a segurança energética do País para 2021, mas, já adianto, vai exigir medidas excepcionais e também bastante atenção por parte de todos os agentes públicos”, afirmou o ministro, em audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputado, nesta quarta-feira (12).

De acordo com projeção do Ministério de Minas e Energia, com base em dados do ONS, se nenhuma medida for tomada, os reservatórios podem chegar a 14,9% da capacidade em novembro.

 

 

Por Gabriela Couto – CAMPO GRANDE NEWS