Mãe e filha são assassinadas a tiros em pontos diferentes na fronteira
Mãe e filha foram assassinadas a tiros em intervalo de dez minutos nesta terça-feira (4) em Ponta Porã, cidade a 323 km de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai.
Ele seria ex-marido de Analia, a mulher assassinada a tiros em frente ao Hospital Regional da cidade, na Rua Baltalzar Saldanha. Depois de executar a ex-mulher, Antonio teria ido até a loja 2 do Supermercado Sol, na Avenida Urumbela, na Vila Maria Auxiliadora, onde matou a ex-sogra, ainda não identificada, também com tiros na cabeça.
A mãe de Analia trabalhava no setor de frutas e verduras do mercado localizado na saída para Dourados. Ela arrumava as gôndolas quando o assassino se aproximou e a executou com tiros na cabeça.
Antônio César Cavalheiro Soares, até agora único suspeito de ter matado a tiros a ex-companheira Naila Vitória Rodrigues, 20, e a mãe dela, Erika Rodrigues Salomão, 39, já havia dito que mataria a jovem se ela o deixasse.
A ameaça está em boletim de ocorrência registrado por Naila no sábado (1º), feriado nacional do Dia do trabalhador. Na denúncia à Polícia Militar, Naila contou que Antônio a chutou, cuspiu em seu rosto e disse que a mataria se ela fosse embora para a casa da mãe.
Conforme o boletim de ocorrência ao qual o Campo Grande News teve acesso, Naila Vitória avisou a Polícia Militar sobre a violência praticada pelo então companheiro e se dirigiu ao 4º Batalhão da PM em Ponta Porã, onde foi atendida.
Ela contou que morava com Antônio em Pedro Juan Caballero – cidade paraguaia separada de Ponta Porã apenas por uma rua. O casal tinha um filho de cinco meses.
Naquele dia, Naila disse que foi ameaçada pelo companheiro. Motivado por ciúmes, Antônio teria desferido chute na mulher e cuspido em seu rosto.
Naila contou ter dito ao homem que pegaria suas coisas e iria embora para a casa de sua mãe, no bairro Kameel Saad. Entretanto, Antônio a ameaçou dizendo que se fosse embora e tentasse acionar a polícia, ele a mataria.
A mulher narrou aos policiais que logo após a ameaça, Antônio pegou o filho do casal e seguiu para o lado brasileiro da fronteira em seu carro Toyota preto com placa do Paraguai. Acompanhados por Naila, os policiais chegaram a fazer rondas na linha internacional, mas não conseguiram localizar o suspeito.
Segundo a ocorrência, Naila foi então levada para a casa da mãe e orientada a formalizar a queixa na Delegacia de Atendimento à Mulher, além de registrar o fato na Polícia Nacional no Paraguai.
Hoje cedo, Antônio cumpriu a ameaça. Foi até a frente do Hospital Regional de Ponta Porã onde Naila trabalhava e a matou a tiros na calçada. Depois seguiu até a loja 2 do Supermercado Sol, a mil metros do hospital, e matou Erika com tiros na cabeça enquanto a mulher arrumava gôndolas de frutas e verduras.
O Toyota preto usado por Antônio para chegar aos locais dos crimes foi abandonado na casa de uma ex-mulher dele no bairro Ipê II. O veículo já foi apreendido. Os policiais da fronteira estão à procura de Antônio, que teria usado uma moto estrangeira com placa do Paraguai para continuar a fuga.
O filho do casal está com parentes. Logo após os dois assassinatos, policiais foram até a casa de Erika e resgataram a filha dela, de 12 anos, entregue ao serviço social do município, pois havia temor de que Antônio também tentasse matar a menina.
Por Helio de Freitas – CAMPO GRANDE NEWS