ma empresa brasileira recebeu uma patente do European Patent Office por seu processo de produção único de concentrado protéico de soja (SPC), utilizado na composição de rações. Com isso a Rio Pardo Proteína Vegetal, com sede no Mato Grosso do Sul, passa a ter exclusividade em seu processo produtivo na União Europeia, chancelado pelo órgão como “inovador”.
A principal diferença do procedimento da empresa é a unificação de etapas no processamento. Nos processos tradicionais, funciona da seguinte maneira: em uma primeira etapa, separa-se o óleo do grão de soja. Depois disso, faz-se um aquecimento para remover os solventes do processo. Em seguida, é preciso uma segunda etapa para tirar os carboidratos solúveis, onde estão os fatores antinutricionais da soja. Nesta extração, utiliza-se álcool e, para removê-lo, se aquece novamente o grão.
No processo da empresa sul-matogrossense isso tudo é feito de uma só vez. “Tira-se o óleo e os carboidratos em apenas uma única etapa e um único aquecimento”, explica Leandro Baruel, gerente de exportação da Rio Pardo.
Desta forma a qualidade do produto aumenta consideravelmente, fator também considerado pelo órgão de patentes, que observou não apenas a metodologia e a prática, mas também o produto final. “Quando reduzimos o número de aquecimentos dos grãos, diminuímos a possibilidade de ocorrer o que chamamos de ‘reação de Maillard’, que é a formação de um complexo da proteína com carboidrato e açúcares. Este complexo interfere na digestibilidade do produto”, comenta.
Com isso a empresa chega ao patamar de ter um dos melhores concentrados protéicos do mundo, com mais de 65% de solubilidade e 98% de digestibilidade. O processo também é considerado mais sustentável pois reduz o consumo das energias térmica e elétrica. “No mercado de criação de animais há uma pressão muito forte neste sentido. Da matéria-prima ao produto para os clientes, é preciso ser o mais sustentável possível”, completa Baruel.
Após a ratificação da comunidade europeia, a empresa também busca a patente no Brasil, nos Estados Unidos, no Canadá, Japão e Chile. O Brasil soma, hoje, 60% de todo o mercado global de produção do SPC. A proteína concentrada de soja (SPC) é um produto com alto teor de proteína (acima de 60%). É utilizado principalmente na aquicultura como substituto da farinha de peixe nas rações, além da suinocultura, avicultura, equinocultura e bovinocultura.
Por: Agrolink –Eliza Maliszewski